Texto adaptado de Carolina Jardim, psicóloga pós-graduada em comportamento canino. Para ler o texto original, clique aqui. (adoramos e indicamos o trabalho dela!)

Passeio é sinônimo de alegria incontrolável para a maioria dos cães e tormento para grande parte dos tutores. Já ouvimos diversos tipos de problemas citados por clientes que se aventuraram a passear com seus cães, como: “é só eu pegar a coleira que ele fica maluco e eu não consigo nem colocar a coleira nele” ou “eu chego em casa com o braço doendo de tanto ele me puxar” ou ainda “ele cheira tudo o que passa, o tempo todo e eu não consigo controlar a guia”. Isso quando os tutores não se veem obrigados a passear com um galho na mão espantando as dezenas de cães soltos na rua, para evitar uma briga. Para você não rechear ainda mais essa estatística de pessoas que não conseguem passear com seus cães, vamos elencar os 10 mandamentos para você e seu cão terem um passeio tranquilo e saudável.
1) Passear é sempre a melhor opção. Todos os especialistas em comportamento animal são unânimes em afirmar a importância do passeio para os cães. Além de ser um exercício super saudável, é um momento de exercer o comportamento exploratório, natural da espécie. Então, passear não é andar junto, do lado do condutor o tempo todo. É também um momento de socialização (encontrar outros cães, pessoas, barulhos, estímulos ambientais), de exercitar o faro, de gastar energia e, ainda, uma ótima oportunidade de ampliar a relação com o tutor, por meio de treino com a guia.

2) Use ferramentas adequadas para o tamanho e a energia do seu cão. Passear com um São Bernardo é bem diferente de passear com um Poodle, certo? Então, é muito importante utilizarmos diferentes tipos de guia e coleiras que sejam adequadas para cada porte de cão. Além do porte, outro ponto a se considerar para o uso correto das ferramentas de passeio é a energia do cão. Cães que querem levar as pessoas para passear, precisam ser controlados e, para que aprendam a andar sem arrastar, muitas vezes é necessário o uso de guia educativas, (como as peitorais educativos antitração ou coleiras de focinho, como a gentle leader) que ajudam o cão a prestar mais atenção no condutor durante o passeio. Cães com energia mais baixa podem tranquilamente andar com guias peitorais comuns ou até com coleiras de pescoço.
3) Não excite o cão antes de sair. Para cães que saltam 10 metros ao ouvir “vamos passear?”, ou urram só ao ouvir a guia balançando na mão do tutor, vai a dica: tente não excitar ainda mais seu cão com esses símbolos que para ele significam a maior alegria do dia. Evite falar a frase mágica “vamos passear”. Pegue a coleira sem que esse seja um grande acontecimento, tente colocá-la somente no portão e mude o ritual a cada vez, para tentar (dentro do possível) acalmar o cão antes da saída de casa.

4) Um passeio por dia não alivia a ansiedade de um cão que passa o dia todo sozinho. Passear gasta energia, fortalece a musculatura e sacia a ansiedade dos cães por novas aventuras, ver pessoas, cães, lugares novos, etc. Porém, não é substituto de toda a atenção que ele precisa por dia e, às vezes o deixa ainda mais ansioso, quando saímos da maneira errada, no tempo errado e com as ferramentas inadequadas. Além de passear, todo cão precisa de todos os cuidados básicos, carinho, atenção, treinamento, brincadeiras e descanso (claro!) para ser feliz.

5) Não deixe que o cão te leve. É fundamental que tutor (ou o condutor) passeie com o cão e não o contrário. É muito comum cães arrastarem seus tutores e, como resultado, cão e tutor chegam em casa mais ansiosos do que saíram. Além de exercitar o corpo do cão, o passeio também é um exercício para sua mente, quando aproveitamos a oportunidade para ensinar ao cão como caminhar de maneira saudável. E podemos fazer isso com atitudes bem pequenas como, por exemplo, mudar de direção sempre que ele tensionar a guia, ou simplesmente parar quando ele começar a arrastar. Aos poucos, e com muita insistência, ele irá perceber que só chegará onde quer se estiver mais relaxado.
6) Deixar o cão passear sozinho, sem guia, não é saudável, muito menos seguro. É muito comum em cidades pequenas cães passearem sozinhos pelas ruas. Alguns donos deixam constantemente a porta da casa aberta e outros, quando chegam, deixam o cachorro dar “uma voltinha”. Problemas gerados: cão que corre atrás de carro, moto e bicicleta e é agredido; atropelamentos; entrar na casa dos vizinhos e urinar, defecar; se perder; ser roubado; encontrar um cão bravo, também solto e causar uma briga, machucados, etc. Seu cão merece seu esforço, ou seu empenho em contratar profissionais para passear com ele. Custa menos do que as consequências de um passeio sozinho, não é?
7) Passeio bom não dura pouco. O passeio tem que durar um tempo razoável para que o cão fique tranquilo e relaxado (sempre cuidando da temperatura para não machucá-lo). Cães com energia alta (como já explicamos em itens anteriores) precisam de um tempo bem maior de passeio para que relaxem e se cansem, 30 minutos, no mínimo. Cães com energia mais baixa já se saciam com 15 minutos de caminhada diária. No entanto, não adianta andar 2 horas em um dia e achar que no dia seguinte o cachorro ainda estará cansado. Pelo contrário, a caminhada muito longa, para um cão que não está acostumado, pode trazer até problemas de saúde. E, diferente dos humanos, os cães não acumulam cansaço. No dia seguinte, estão prontos pra outra, com o mesmo pique de sempre. O ideal é caminhar todos os dias, seguindo os limites da energia do seu cão.

8) Se o seu cão não for reativo/agressivo, permita que ele socialize com outro cão, que também não seja reativo/agressivo. É natural que, ao se encontrarem, ambos abanem os rabos (ou os bumbuns, no caso dos frenchies!) e queiram cheirar o traseiro um do outro. E os tutores devem permitir isso, pois é um comportamento amigável. Mas, caso seu cão estranhe outros cachorros, o ideal é contratar profissionais para socializá-lo. Não tente fazer você mesmo, pois pode acabar piorando a situação. E não assuma como algo natural se o seu cão rosnar e avançar em todos os cães que cruzarem seu caminho. Esse é um problema de comportamento e tem solução.
9) Não se esqueça das necessidades básicas. Procure evitar andar no asfalto quente ou passeios no horário de sol forte. Leve água para ele tomar durante a caminhada. Hoje em dia, há bebedores específicos para cães em diversos petshops. Outro cuidado importante é levar saquinhos para recolher as necessidades, como bom cidadão. Há várias marcas de coletores “cata-caca” também à venda em petshops.

10) Lembre-se sempre: o passeio é um momento do seu cão! Então, permita que ele fareje e marque território à vontade. Se ele está farejando uma motinha ou o pé de uma árvore há 10 minutos, não se importe com isso, não o force a andar, deixe que ele desfrute desse momento.

 

 

 

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CAMILLI CHAMONE

Pós-graduada em Genética e Biologia Molecular. Foi professora universitária federal de Biologia Celular e Genética. Criou buldogues franceses. Foi membro efetivo do Conselho Disciplinar do Kennel Clube de Belo Horizonte. Foi Diretora da Federação Mineira de Cinofilia. É editora do "Seu Buldogue Francês", o maior blog do mundo sobre buldogues franceses, e de todas as mídias sociais que levam esse nome. É palestrante e consultora sobre bem-estar e comportamento canino. Além disso tudo, é perdida e irremediavelmente apaixonada por frenchies.

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