O nosso corpo, o corpo dos cães e o de outros animais é revestido internamente por mucosas. As mucosa são um tipo de tecido epitelial de revestimento interno que têm contato com o meio externo, revestindo as cavidades úmidas do corpo. Portanto, recobrem locais como a nariz, boca, laringe, faringe, traqueia, pulmões, esôfago, estômago, intestinos, bexiga, etc.
Na boca, temos a mucosa oral. No nariz, temos a mucosa nasal. No estômago, temos a mucosa gástrica. Nos intestinos, temos a mucosa intestinal e assim por diante.

Mucosa intestinal normal (humana)

A maioria das mucosas produz muco. O muco é uma substância glicoproteica produzida por um conjunto de células especializadas para este fim, as células caliciformes. Elas estão presentes em todo nosso trato gastrointestinal, no epitélio respiratório e em outros epitélios diferentes. Em cada um deles o muco produzido apresenta função específica. Por exemplo: no trato respiratório, o muco ajuda na filtragem do ar e na eliminação de partículas. No estômago, reveste a parede gástrica, protegendo-a dos ácidos digestivos. Nos intestinos, o muco facilita o deslocamento do bolo alimentar e a saída das fezes.

Colite


Colite é termo utilizado para designar processos inflamatórios, de diferentes causas, que envolvem o intestino grosso, na presença de lesões microscópicas características, não necessariamente associadas a alterações macroscópicas. A causa mais importante de colite em buldogues franceses é alergia alimentar. Produção exagerada de muco é a principal manifestação clínica, seguida de variáveis graus de enterorragia (hemorragia intestinal), que pode ser observada nas fezes.

Diferentes graus de colite. Observe o aumento de produção de muco à medida que o problema agrava-se. Fonte: http://derival.com.br/doencas/colite-isquemica/

É comum que o quadro seja confundido com giardíase. Entretanto, muitas vezes, infecção oportunista por giárdia ocorre concomitantemente à colite.

Quando não removida a causa dietética que induz à colite, o quadro pode agravar-se e, inclusive, evoluir para a síndrome da má absorção. A cura da doença só é possível com a eliminação do agente alimentar que a desencadeia.

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Já falei em alguma postagem deste blog que, em 2007, quando importei um buldogue francês do Canadá, a criadora me advertiu que ele sofria de giardíase crônica. Embora ela fosse médica veterinária e embora dispusesse de todas as ferramentas e protocolos de “1º mundo”, o cão apresentava giardíase de repetição.

Com meus próprios cães adultos, também passei por episódios de alterações intestinais inexplicáveis, que sempre eram tratados como giardíase. Em 100% das ninhadas anteriores à 2007, por volta dos 45 dias de idade, todos os filhotes apresentaram quadro semelhante à giardíase, que foi tratado como giardíase, mas que demorava a restabelecer o cão, apesar do tratamento.

Curiosamente, depois de 2007, quando passei a alimentar todos os cães com alimentação natural crua a base de ossos, inclusive filhotes em desmame, nenhuma diarreia aconteceu. Além disso, o buldogue francês que chegou do Canadá (onde comia ração), nunca apresentou um único quadro de diarreia muco-sanguinolenta durante os 08 (oito) anos em que conviveu comigo.

Conclusão óbvia: o problema é a dieta.

Todos os dias, sem exceção, recebo mensagens de tutores preocupados com as alterações gastro-intestinais de seus buldogues. A resposta para todos é: a culpa é da dieta. Se não mudar a dieta, não vai melhorar.

Colite por hipersensibilidade alimentar, embora seja altamente frequente em buldogues franceses alimentados com ração, também pode acontecer em cães que comem alimentação natural. Se o cão for sensível a alguma proteína da dieta (carne de porco ou de frango ou de boi, etc.), um quadro de colite alimentar também pode se estabelecer. Nos últimos tempos, o número de cães hipersensíveis à proteína de frango tem crescido assustadoramente – atribuo esse problema ao frango (forma como é alimentado, imunizado, etc.).

Nos casos de cães que apresentam hipersensibilidade alimentar, faz-se necessário o estabelecimento de dieta de restrição, com acompanhamento médico veterinário nutrólogo. Clique aqui e veja a lista de veterinários nutrólogos que indicamos. 

Em buldogues franceses que apresentam qualquer grau de colite, a única solução é a alteração da dieta. Utilizar probióticos e antibióticos não resolverá o problema. Aliás, o uso constante de antibióticos ainda pode desencadear um efeito rebote (retorno dos sintomas da doença, em alguns casos, mais graves do que no início) pela destruição da microflora intestinal protetora. (ainda não escrevemos sobre LEAKY GUT, mas sugiro que você pesquise sobre o assunto para entender os efeitos da destruição da microflora intestinal)

GRANDE PARTE DOS BULDOGUES FRANCESES ESTÃO RECEBENDO TRATAMENTO PARA GIARDÍASE, QUANDO, NA VERDADE, APRESENTAM COLITE POR HIPERSENSIBILIDADE ALIMENTAR.



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CAMILLI CHAMONE

Pós-graduada em Genética e Biologia Molecular. Foi professora universitária federal de Biologia Celular e Genética. Criou buldogues franceses. Foi membro efetivo do Conselho Disciplinar do Kennel Clube de Belo Horizonte. Foi Diretora da Federação Mineira de Cinofilia. É editora do "Seu Buldogue Francês", o maior blog do mundo sobre buldogues franceses, e de todas as mídias sociais que levam esse nome. É palestrante e consultora sobre bem-estar e comportamento canino. Além disso tudo, é perdida e irremediavelmente apaixonada por frenchies.

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