Ter um cão sociável é um investimento que começa antes de você levá-lo para casa

Hoje cedo, assisti a um programa sobre adoção de crianças. A pessoa entrevistada, responsável pelas adoções na Vara da Infância e Juventude, afirmou que a maioria dos adotantes prefere adotar crianças recém-nascidas. Posso estar enganada, mas acho que sei o motivo dessa predileção: quanto mais velha, mais exposta aos sofrimentos do mundo e mais problemas uma criança adotada pode trazer na sua bagagem. 
Enquanto assistia ao documentário, fiquei me perguntando o porquê de muitas pessoas fazerem questão de levar filhotes de cães muito novinhos para casa. Será que é porque fazem uma associação inconsciente com a adoção de crianças abandonadas? Será que pensam que filhotes muito novinhos (com menos de 90 dias de idade) vão se adequar mais rapidamente ao ritmo da casa? 
A má notícia é que filhotes não deveriam ser encaminhados para seus novos lares antes dos 03 (três) meses de idade, por razões muito simples:
1) Ian Dunbar, médico veterinário, comportamentalista canino, afirma:
Em relação ao período quando o cão pode ir para o novo lar, saindo da família canina, o que saliento é que nunca pode ser antes dos 02 (dois) meses – aliás, dois meses é uma idade aceitável, mas não desejável. A fase do desenvolvimento e aprendizado, que o convívio com a mãe e os irmãos proporciona, é importante na socialização. Rupturas precoces nesse convívio podem vir acompanhadas de problemas. Ir para o novo lar aos 03 (três) meses – ou mais – é a melhor opção, salvo se o criador for desinformado quanto à importância da socialização.


É durante esse período que o filhote aprenderá a linguagem canina básica com a mãe e com os seus irmãos. Um filhote que passou tempo suficiente nesse ambiente, raramente, vai ser do tipo que, brincando, morde os braços dos donos até machucar. Costumam ser muito mais equilibrados e fáceis de treinar, cedem com mais facilidade, são menos insistentes e aceitam melhor nossas propostas de treino. 
O filhote precisa conviver com sua família canina para aprender a conviver com outros cães.
2) As vacinas que protegem contra cinomose, parvovirose e adenovirose canina só estarão aptas a proteger o filhote depois da 16ª semana de idade, no mínimo. Até lá, como socializar um filhote, que terá restrições importantes para sair de casa? Como esperar que um filhote, que passou meses isolado dentro de um apartamento, se relacione bem com outros cães e. até, com pessoas diferentes das quais ele está acostumado?
3) Um filhote que tem menos de 90 dias está muito mais suscetível a desenvolver doenças em decorrência do estresse da separação de sua família canina. 
Distúrbios gastrointestinais, infecções de pele e de ouvido são problemas frequentes relatados pelas pessoas que acabam de levar um cãozinho para casa – e quanto mais novo o cãozinho, maior a probabilidade de problemas acontecerem.
Tente se colocar no lugar do filhote e será fácil imaginar o nível de estresse que eles sentem quando se mudam para uma nova casa: é o abandono de tudo que conhecem para viver em um lugar desconhecido.
4) Levar para casa um filhote muito novinho é um risco não calculado para quem faz questão de ter um filhote dentro do padrão da raça. Até os 03 (três) meses, os filhotes podem mudar muito… você pode acabar descobrindo que aquele filhotinho fofo não se parece tanto assim com um buldogue francês depois que crescer (essa situação é comum demais!). 
Além disso, o filhote pode apresentar diferentes alterações durante seu desenvolvimento inicial: dificuldade de ganhar peso, orelhas que não sobem, estrabismo, etc. Lembre-se que o “desenvolver” nem sempre é um processo linear para todos os cães… paciência e segurança andam juntas.
Criadores idôneos e preocupados com o destino de seus filhotes – não importa a raça nem o porte – sabem que cães não devem ser encaminhados antes dos 03 (três) meses de idade e sabem a importância de prover-lhes socialização adequada. Portanto, aconselho fugir de quem insiste em “se livrar” de um filhote muito novinho.
Obviamente, tudo que descrevi aplica-se apenas a quem vai comprar um filhote de um criador responsável, que preza pela saúde física e mental de seus cães. No caso de filhotinhos abandonados a própria sorte, nas ruas, é importante acolhê-los a qualquer idade e prover-lhes o que necessitam. 
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CAMILLI CHAMONE

Pós-graduada em Genética e Biologia Molecular. Foi professora universitária federal de Biologia Celular e Genética. Criou buldogues franceses. Foi membro efetivo do Conselho Disciplinar do Kennel Clube de Belo Horizonte. Foi Diretora da Federação Mineira de Cinofilia. É editora do "Seu Buldogue Francês", o maior blog do mundo sobre buldogues franceses, e de todas as mídias sociais que levam esse nome. É palestrante e consultora sobre bem-estar e comportamento canino. Além disso tudo, é perdida e irremediavelmente apaixonada por frenchies.

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