Na dissertação de mestrado do Núcleo de Psicossomática e Psicologia Hospitalar da PUC-SP, “A Compreensão Psicossomática do Órgão de Choque através do trabalho com Polaridades”, o termo órgão de choque foi definido da seguinte maneira:

“Órgão de Choque” é aquele que adoece com freqüência, o que recebe o impacto de uma vivência emocional, o que expressa e reage às “dores” implícitas, que estão inconscientes no indivíduo. Também se sabe que essa “fragilidade” pode ser transmitida geneticamente, provocada através da história de vida, da alimentação, da cultura, do momento sócio-histórico, de condições climáticas, do aprendizado familiar; das emoções contidas, como medo, tristeza, frustração, ansiedade, culpa, ressentimentos e outras.

São tantas manifestações gastrointestinais que ocorrem com os frenchies, que sem cerimônia alguma me arrisco a dizer que estômago e intestinos são seus órgãos de choque. Em situações de stress, não raro quadros de vômito e diarreia ocorrem -> psicossomatização.
Citei um caso clássico de somatização do stress no texto Florais para Cães. Manifestações intestinais – e seus desdobramentos sistêmicos – também são comuns.
Os intestinos possuem função imunológica importantíssima – aliás, dizer que os intestinos ‘apenas’ fazem a absorção dos nutrientes do bolo alimentar é quase uma heresia! > Você sabia que eles possuem a maior concentração de linfócitos do organismo? 
> Você sabia que eles hospedam a microbiota que exerce várias funções importantes, entre elas, sintetizar vitaminas e destruir microorganismos patogênicos?
> Você sabia que eles funcionam como barreira entre o exterior e o interior do organismo? A integridade dessa barreira é essencial para que a microbiota intestinal seja equilibrada – por isso, infecções intestinais nunca são bem vindas. Os intestinos produzem muco e substâncias capazes de melhorar esse efeito barreira. Em qualquer indivíduo, uma vez alterado o equilíbrio intestinal, todo seu organismo ressentirá. E isso é muito  fácil de se observar em frenchies, pois eles possuem intestinos muito sensíveis a dietas inadequadas e situações estressantes. E como observar essas alterações?
  • Excesso de flatulência
  • Puns mal-cheirosos
  • Fezes com odor pútrido ou ácido 
  • Muco nas fezes
  • Sangue nas fezes
  • Fezes amolecidas ou diarreia

Apesar das rações comerciais serem constituídas de aproximadamente 50% de grãos (milho, arroz, trigo, soja, etc.) frenchies são bastante intolerantes a grãos. (Observação: as rações  Orijen e Horizon são grain free, mas não estão disponíveis no Brasil) Basta remover os grãos da dieta de um frenchie para observar diminuição drástica da flatulência, do mau odor das fezes e do volume das fezes.
Parece óbvio que o consumo regular de grãos altera a microbiota intestinal natural, além de não ser acréscimo sob o ponto de vista nutricional, uma vez que os grãos são eliminados pelas fezes.
Grãos ainda podem estimular a produção excessiva de muco nas alças intestinais, gerando um quadro semelhante ao da giardíase. Frenchies também não são tolerantes a uma dieta muito gordurosa.
Este foi um dos maiores desafios para mim, quando implantei a alimentação natural em meus cães. Já que optei por usar uma dieta grain free, precisava lançar mão da gordura como fonte calórica. As quantidades recomendadas de óleo/azeite na dieta nunca foram um problema para eles, entretanto, a gordura de origem animal costumava ser. Se eu não removesse os excessos de pele que vinham nos meaty bones (dorso de frango e pescoço), a diarreia era certa! Porém, a gordura de origem animal contém nutrientes importantes na dieta deles e resolvi ser insistente. Todos os dias acrescentava um pequeno pedaço de gordura animal à alimentação (além do azeite já sugerido). À medida que eles não apresentavam nenhuma alteração intestinal, eu aumentava o volume de gordura animal.
Funcionou!
Hoje, não preciso remover grande parte da gordura do dorso do frango, nem do pescoço – mas eles ainda estão longe de ser como um golden retriever glutão que come todas as pelancas de um dorso inteiro e não sente nada. Quando um frenchie apresenta manifestações gastrointestinais é importante avaliar a questão. Sensibilidade é comum da raça. Mas, não é normal ficar doente.
Leia também:
.
    ]]>

     

     

     

    Quer entender e organizar, de uma vez por todas, a vida do seu buldoguinho?

     

    CLIQUE NA IMAGEM E ADQUIRA OS 3 VOLUMES DO E-BOOK

    "MANUAL DO BULDOGUE FRANCÊS" POR APENAS R$ 89,90!

     

     

     

    Receba novidades e conteúdos exclusivos!

    QUERO PARTICIPAR

    Quer participar do nosso grupo exclusivo? Cadastre-se gratuitamente!

    NÓS APOIAMOS

    CAMILLI CHAMONE

    Pós-graduada em Genética e Biologia Molecular. Foi professora universitária federal de Biologia Celular e Genética. Criou buldogues franceses. Foi membro efetivo do Conselho Disciplinar do Kennel Clube de Belo Horizonte. Foi Diretora da Federação Mineira de Cinofilia. É editora do "Seu Buldogue Francês", o maior blog do mundo sobre buldogues franceses, e de todas as mídias sociais que levam esse nome. É palestrante e consultora sobre bem-estar e comportamento canino. Além disso tudo, é perdida e irremediavelmente apaixonada por frenchies.

    SIGA O SEU BULDOGUE FRANCÊS NAS REDES SOCIAIS

    E-mail

    seubuldoguefrances@gmail.com

    POSTS DO INSTAGRAM

    Pin It on Pinterest

    Share This