O seu cãozinho pode ser a “menina dos seus olhos”, mas vamos ser honestos: ele é um animal, com seus próprios instintos e idiossincrasias – e haverá momentos em que ele fará você querer arrancar os cabelos! Entretanto, por mais que você queria, inúmeros estudos mostram que gritar e punir um cachorro travesso é a PIOR estratégia para educá-lo.

Um novo estudo, publicado em outubro de 2019, mostrou que a educação baseada em punição, medo e sofrimento pode produzir impactos negativos na saúde mental do seu cão.

Nossos estudos mostraram que, os cães treinados com a utilização de métodos aversivos, possuíam menor qualidade de vida, quando comparados aos cães treinados com métodos positivistas, tanto em curto, quanto em longo prazo” – foi o que os pesquisadores concluíram em seu estudo.  O estudo também diz que “o uso de métodos aversivos está mais relacionado ao desenvolvimento de posturas e de comportamentos relacionados os estresse, a presença de níveis mais elevados de cortisol (hormônio do estresse) nos cães e de maior dificuldade de aprendizado.” Estudos semelhantes foram realizados anteriormente e foi constatado que o treinamento com o uso de aversivos tem muitos efeitos negativos.

Então, liderada pela biologia Ana Catarina Vieira de Castro, da universidade de Porto, em Portugal, a equipe de pesquisadores realizou esse novo estudo com cães de companhia.

 

Como foi feito o estudo?

Os animais foram recrutados em várias escolas de adestramento da cidade de Porto – 42 cães de 3 escolas baseadas em treinamento positivo (usam brincadeiras e guloseimas como recompensa) e 50 cães de 4 escolas que utilizam métodos punitivos (usam gritos, trancos na guia, agressão física).
Cada cão foi filmado por 15 minutos, em 3 sessões de treinamento, e amostras de saliva foram coletadas para avaliar os níveis de cortisol (3 amostras de cada cão, em casa, e 3 amostras de cada cão após o treinamento) – o cortisol é o “hormônio do estresse”. Durante o treinamento, os pesquisadores também avaliaram a linguagem corporal dos cães, com o objetivo de avaliar o desconforto.

Sem surpresa, os cães submetidos ao treinamento punitivo apresentaram comportamentos associados ao estresse e a saliva deles possuía níveis significativamente mais elevados de cortisol, comparativamente ao seu estado de descanso, em casa. Por outro lado, os cães treinados com técnicas baseadas em recompensas não apresentavam comportamentos relacionados ao estresse e seus níveis de cortisol eram normais.

O próximo passo foi avaliar os efeitos em longo prazo, produzidos por esse estresse: um mês após a avaliação dos cães, 79 deles foram treinados para associar uma tigela à presença de salsicha. Em seguida, os pesquisadores distribuíram várias tigelas pela sala, para ver a rapidez com que os cães se aproximavam delas, em busca de alimento. Se o cachorro corria em direção à tigela, os pesquisadores interpretavam que o cão sentia autoconfiança para buscar o que desejava. Se o cachorro hesitava e ia vagarosamente em direção à tigela, os pesquisadores interpretavam o cão como inseguro.

Foi observado que, quanto mais o cachorro recebia treinamentos com o uso de aversivos, mais lentamente ele se aproximava da tigela. Curiosamente, os cães que receberam treinamento positivo aprenderam mais rapidamente a tarefa de localizar as tigelas com salsicha.

Conclusões!

Todos esses resultados sugerem que o treinamento positivo é realmente mais eficaz, que o baseado em uso de gritos, castigos e punições físicas. Os resultados também sugerem que não existem vantagens do treinamento punitivo, quando comparado ao positivo, e que a educação baseada em recompensas é melhor para a felicidade e bem-estar do cão.

Criticamente“, disseram os pesquisadores, “nosso estudo aponta para o fato de que o bem-estar de cães acompanhantes treinados com métodos aversivos parece estar em risco“.

 

→ O estudo completo está aqui: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/823427v1

 

 

 

 

 

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CAMILLI CHAMONE

Pós-graduada em Genética e Biologia Molecular. Foi professora universitária federal de Biologia Celular e Genética. Criou buldogues franceses. Foi membro efetivo do Conselho Disciplinar do Kennel Clube de Belo Horizonte. Foi Diretora da Federação Mineira de Cinofilia. É editora do "Seu Buldogue Francês", o maior blog do mundo sobre buldogues franceses, e de todas as mídias sociais que levam esse nome. É palestrante e consultora sobre bem-estar e comportamento canino. Além disso tudo, é perdida e irremediavelmente apaixonada por frenchies.

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