Fizemos uma live com Larissa Rios, turismóloga e CEO da empresa Turismo 4 Patas, pioneira em certificação pet friendly, sobre um assunto, cada vez mais pertinente, que envolve a inclusão maior dos nossos cães a sociedade humana. Mas, afinal, como construir uma sociedade pet friendly?
Preciso começar este texto esclarecendo a definição de pet friendly:
Ambiente pet friendly é aquele que, além de receber o púbico comum, também recebe animais de estimação. É importante deixar claro que ser pet friendly não significa ser um local onde os cães possam ficar livres, brincando e interagindo entre si. Significa apenas receber o pet, na companhia do seu tutor.
Dito isso, preciso assumir que vivemos um período de transição. Até pouco tempo atrás, a maioria dos cães vivia nos quintais, se alimentavam de restos de comida humana, tinham interações pontuais com os seus humanos e, a forma como se sentiam, nunca foi questionada. Afinal, quem questionaria a felicidade de quem tem casa, comida e roupa lavada a sua disposição?
Os novos tempos trouxeram os apartamentos menores, as famílias reduzidas e uma proximidade física muito maior com o cão, que deixou de viver no quintal, para dividir o sofá conosco. Essa proximidade maior estreitou os vínculos afetivos entre tutor-cão e é esperado que, nos momentos de lazer, queiramos incluir esse membro da família, nas nossas atividades sociais. Mas, enfrentamos alguns entraves para que isso aconteça… Quais?
1. Aspectos legais
A legislação proíbe que, em ambientes fechados onde os alimentos são preparados e servidos, animais sejam mantidos. Portanto, restaurante e bares apenas podem receber público pet friendly caso exista varanda ou outra área externa.
2. Normas claras e noções de comportamento animal nos ambientes pet friendly
Ser pet friendly é muito mais que deixar uma vasilha de água disponível para os cães beberem, quando tiverem sede! Os ambientes pet friendly precisam ter alguma estrutura, para receber os animais. Assim como, os colaboradores precisam ter o mínimo de conhecimento em comportamento canino.
É preciso que as normas sejam claras, de forma a nortear o comportamento do tutor que, muitas vezes, é iniciante e não sabe como deve se comportar com o seu cão, em ambientes coletivos. São exemplos de regras:
Em restaurantes:
– O cão deve permanecer sentado ou deitado no chão, enquanto seus tutores fazem as suas refeições;
– O cão deve permanecer na guia;
– O cão não deve latir, para não incomodar outros clientes;
– Cães reativos/agressivos devem ficar em casa;
– O cão não deve subir à mesa;
– O tutor não deve usar talheres para alimentar o seu cão, etc.
Em hotéis:
– O cão deve fazer suas necessidades no tapete higiênico do quarto;
– Se o cão fizer suas necessidades nas dependências do hotel, o tutor deve responsabilizar-se por limpá-las;
– É de responsabilidade do tutor recolher e limpar o dejetos do cão, no quarto, e fora dele;
– O tutor responderá judicial e financeiramente por quaisquer danos causados ao hotel ou a aqueles que o frequentam;
– Cães agressivos não são aceitos, etc.
Em shoppings:
– Cães devem ser mantidos na guia;
– Cães não podem permanecer na praça de alimentação;
– O tutor responderá judicial e financeiramente por quaisquer danos causados ao shopping ou a aqueles que o frequentam, etc.
3. Entendimento, por parte do tutor, de aspectos próprios do comportamento canino.
Quando trazemos um cão para a nossa vida e desejamos inseri-lo a nossa vida social, é nosso dever educar esse animal, para que ele saiba se comportar em sociedade.
Ensinar o cachorro a controlar a ansiedade que sente, a tolerar ambientes com densidade humana elevada, ensinar o cão a tolerar barulhos, ensinar o cão a sentar, deitar e esperar são pré-requisitos básicos, para quem quer a companhia do seu cão em bares, restaurantes, shoppings e hotéis.
Falamos sobre todos esses aspectos e muito mais, em nossa live e convidamos você a assisti-la:
Pós-graduada em Genética e Biologia Molecular. Foi professora universitária federal de Biologia Celular e Genética. Criou buldogues franceses. Foi membro efetivo do Conselho Disciplinar do Kennel Clube de Belo Horizonte. Foi Diretora da Federação Mineira de Cinofilia. É editora do "Seu Buldogue Francês", o maior blog do mundo sobre buldogues franceses, e de todas as mídias sociais que levam esse nome. É palestrante e consultora sobre bem-estar e comportamento canino. Além disso tudo, é perdida e irremediavelmente apaixonada por frenchies.
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