Você já ouviu falar em um erro que foi consagrado pelo uso? Erros consagrados pelo uso caíram na normalidade e as pessoas simplesmente se acostumaram a ele, sem questionar a sua (in)adequação. O uso do enforcador, como instrumento de controle dos cães, é um desses erros.

 

Diversos modelos de enforcadores

 

Não precisamos esclarecer muito, afinal o nome é auto-explicativo:
[Enforcador] adj. e s.m., en-for-ca-dor. Aquilo ou aquele que enforca.
[Enforcar] v.t., en-for-car
1) Pendurar (alguém) com uma corda ou coisa similar, amarrada ao pescoço e presa a um galho de árvore, a uma trave, etc.
2) Estrangular.
3) Supliciar na forca.
O uso do enforcador como coleira tem seus primeiros registros datados da época do Egito Antigo, quando os hebreus escravizados eram encoleirados com o objetivo de serem controlados, mas acredita-se que sua utilização em animais tenha sido anterior.
Enforcar os animais para “educá-los” também é um reflexo de tempos em que o empirismo sobrepujava a ciência. Àquela época, não se conheciam os efeitos que os estrangulamentos constantes produziam em longo prazo, nem existiam estudos sobre a psicologia canina e o comportamento dos cães. Mas, hoje existem.
Sabe-se que a pressão constante no pescoço pode lesar a traqueia dos cães e acabar por colapsá-la, levando a um quadro que não tem tratamento e que costuma culminar com a morte dos cães. Para saber mais sobre isso, leia nossa postagem sobre colapso de traqueia em frenchies.

No pescoço, passa o feixe vascular que irriga todo o sistema nervoso central e todas as outras estruturas da face. Obstruções no fluxo de sangue, causadas pelo enforcamento, aumentam a pressão interna desses vasos sanguíneos e podem culminar com o seu rompimento. O rompimento de um vaso dentro do cérebro (AVC), pode incapacitar permanentemente o cão ou levá-lo a óbito. Recentemente, nossa leitora, Estela Bara, relatou que seu buldogue francês voltou da “aula de adestramento” com hemorragia intraocular, decorrente dos estrangulamentos provocados pelo uso do enforcador.

Ainda, e não menos importante, pequenos e frequentes episódios de hipóxia (diminuição do oxigênio) cerebral podem ser gatilho para o desenvolvimento de epilepsia e convulsões. Existem especulações sobre o desenvolvimento de tumores nessas áreas que sofreram com a falta de oxigenação.

O uso de um dispositivo que impede o cão de respirar é ainda mais perigoso em cães braquicefálicos, como os frenchies, que têm dificuldades respiratórias naturais e que facilmente desenvolvem hipertermia.

Traumas constantes no pescoço podem lesar irreversivelmente a glândula tireoide. Esses mesmos traumas podem ser responsáveis por desalinhar a coluna na região cervical e vamos lembrar que a coluna dos buldogues franceses já é, em si, um acidente da natureza.

 

A coluna dos buldogues franceses

Para saber um pouco mais sobre a alta incidência de problemas decorrentes de lesão na coluna dos buldogues franceses, leia nossa série de postagens sobre lesão medular em frenchies.

Sim, amigos. Motivos para NÃO usar o enforcador sobram. Nem em um milhão de anos entenderei pessoas que defendem a utilização desse objeto de tortura que “educa” os cães pelo medo. Não tenho dúvidas que correndo o risco de ser enforcada, eu também cederia a qualquer ordem. E você?

Atualmente, existem técnicas de adestramento positivo que são muito mais compassivas e respeitosas na educação de um cão que traciona a guia. Também existem coleiras, como a  Easy Walk, que impedem o cão de tracionar, sem machucá-lo e sem estrangulá-lo.

 

Você encontra a Easy Walk na Meek Pet

Não enforque seu frenchie e não permitam que o enforquem. A base de todo relacionamento saudável é o respeito e a confiança, não é a dominação.

 

 

 

 

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CAMILLI CHAMONE

Pós-graduada em Genética e Biologia Molecular. Foi professora universitária federal de Biologia Celular e Genética. Criou buldogues franceses. Foi membro efetivo do Conselho Disciplinar do Kennel Clube de Belo Horizonte. Foi Diretora da Federação Mineira de Cinofilia. É editora do "Seu Buldogue Francês", o maior blog do mundo sobre buldogues franceses, e de todas as mídias sociais que levam esse nome. É palestrante e consultora sobre bem-estar e comportamento canino. Além disso tudo, é perdida e irremediavelmente apaixonada por frenchies.

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