Texto escrito pela comportamentalista canina Jacqueline Lopes, especialmente para o blog Seu Buldogue Francês.

 

 

Quando você vai viajar, e o seu cãozinho não vai, o bem-estar dele é uma preocupação? Então, este post vai lhe ajudar bastante. Apresentarei, por aqui, algumas opções e os seus respectivos benefícios, ou não!

Recentemente, a Camilli do Seu Buldogue Francês e eu fizemos uma live no Instagram abordando as possíveis opções sobre o que fazer, para garantir o bem-estar, dos cães de tutores “viajantes”. Foi incrível e recebemos muitos feedbacks de pessoas que têm dificuldade em escolher, entre as opções que têm. E também de tutores que não sabiam das opções disponíveis.

Recebemos também muitos feedbacks de pessoas que queriam ter visto a nossa live e não conseguiram. Mas, infelizmente, a aula só ficou salva pelas 24 horas seguintes. Então, aqui estou eu para relembrar os principais tópicos que abordamos:

 

Casa de parentes e amigos + atenção da pet sitter ou dog walker

A primeira opção da qual falamos foi a opção que a própria Camilli escolhe quando vai viajar, que é a de deixar o Bentinho na casa de parentes (no caso, a mãe dela) ou amigos.

Entretanto, a sensatez e o bom senso que permeiam as escolhas dela fazem com que ela opte pela contratação de um serviço de dog walking, para garantir o #QVD do Bento e não sobrecarregar a rotina dos seus pais.

É importante atentar que deixar seu cachorro na casa de parentes e amigos é uma ótima opção desde que os anfitriões realmente queiram receber seu cão e não tenham aceitado somente porque não tiveram coragem de dizer não! É uma responsabilidade muito grande e, com certeza, vai alterar consideravelmente a rotina dessa família.

Mas, se o seu cão já tem um vínculo com essas pessoas pode ser uma excelente opção para garantir o bem-estar dele minimamente impactado pela sua ausência.

Entretanto, se você contrata os serviços de um pet sitter ou de um dog walker para auxiliar esse manejo, ou mesmo não sobrecarregar aos anfitriões é ainda melhor! Além da certeza de que seu cão terá a rotina de enriquecimento ambiental e passeios garantidas.

É claro que os anfitriões não são obrigados a saber sobre comportamento canino mas, o profissional que você contratar sim!

 

Hospedagem domiciliar

Muitas pessoas, amadoras ou profissionais, oferecem o serviço de hospedagem domiciliar ou familiar. Essa pode ser uma boa opção se alguns cuidados forem observados.

Primeiramente, para mim, o conceito desse tipo de hospedagem deve remeter a reprodução do contexto doméstico de um cão. Deve ter como objetivo ser o mais próximo da rotina que esse cão tem, em sua própria casa.

Dessa forma, três questões excluem-se automaticamente desse contexto:

  1. ter outro animal residente nessa casa,
  2. o anfitrião receber outros hóspedes no mesmo período de hospedagem
  3. o anfitrião não estar em casa a maior parte do dia.

Então, se a pessoa que quer receber um cão como hóspede em sua casa não pode ter um cão que já resida com ele. A adaptação de dois cães a um lar é algo gradativo e não possível de ser feita com qualidade de um dia pro outro. O bem-estar dos dois cães, tanto do que já reside quanto do hóspede, certamente seria comprometido.

Logo, se é pra reproduzir a rotina doméstica de um cão, você concorda comigo que, na sua casa, seu cão não recebe outros cães desconhecidos para se hospedarem? Mais uma vez, seria oposto à promoção do bem-estar dos envolvidos.

E, por fim, a pessoa que é anfitriã não pode receber um cão para ir trabalhar fora e deixar o cão sozinho o dia todo. Porque se for pro cachorro ficar sozinho, muito melhor que ele fique em sua própria casa, concorda?

Mas, sim, se a oferta desse serviço respeitar esses três requisitos, pode ser uma boa opção principalmente para cães que sofrem por ficarem sozinhos, de maneira excessiva.

 

Day Care/ Creche/ Hotelzinho

Uma opção muito interessante tanto para quando os tutores forem viajar quanto para alguns dias na semana são as creches para cães.

Neste caso, é importante conhecer a metodologia adotada pelo day care e elencamos alguns pontos que julgamos cruciais em determinar se a creche tem como objetivo a promoção do bem-estar dos seus clientes caninos. São eles:

Se a creche promove festas de aniversário para cães não é um bom sinal. Vários cães juntos + comida + tutores presentes para celebrar = a confusão!
Os cães são muito sensíveis e modificam seus comportamentos diante dos estímulos comida e seus próprios tutores (que nem filho que fica diferente perto dos pais, sabe?).

Se a creche recebe cães adultos inteiros.
Não teria necessidade de explicar esse tópico, não é mesmo? Mas, nunca é demais ressaltar que os hormônios sexuais podem ser predominantes na decisão de um cão (fêmea ou macho) em entrar em um conflito. Quem aí nunca viu uma briga de cães, quando uma cadela está no cio? Quem nunca, não é mesmo?

A seleção dos cães pelo seu temperamento e sociabilidade.
Cada creche terá seus critérios de seleção e escolherá trabalhar com as regras que deixe os colaboradores mais confortáveis. Mais do que selecionar exclusivamente pela raça, uma creche deve avaliar a sociabilidade de cada cão. A capacidade de se comunicar através de linguagem corporal. A capacidade de entender a comunicação do outro e, claro isso diz respeito diretamente a quanto um cão informa desconforto, antes de efetivamente precisar escalonar para agressividade.

Adaptação gradual, positiva e controlada.
O período em que cada cão estará apto a permanecer numa creche ou num hotel é individual de cada cão. Esse tempo pode ser aumentado mas, para tal é fundamental que o cão passe por um período de adaptação indo por alguns minutos, nas primeiras vezes, até evoluir para horas, turnos, dias, noites e, só então , ser aceito como cliente do estabelecimento.

Pessoalmente, só indico uma única creche em Belo Horizonte, a Educãodo . Indico pois já estive lá dentro. Conhecemos como os processos se dão e concordamos com a metodologia adotada pela equipe. Quem quiser me convidar para me apresentar seu trabalho, será um prazer ter mais opções para indicar aos tutores que me pedem referências.

 

Pet sitting/ Dog Sitting

Essa é a opção que eu mais indico porque entendo que é a que promove e mantêm maior bem-estar para os cães, desde que estes estejam acostumados a ficar alguns períodos do dia sozinhos.

O cachorro enxerga o mundo através do seu olfato e retirá-lo do seu ambiente é muito estressante para ele. Quem já mudou de casa com seu cachorro deve lembrar de como é importante que o cão tenha tempo para assimilar a mudança e, muitas vezes, fica sem referência nesse novo ambiente.

Agora, quando é uma mudança de casa, toda a família vai junto, as coisas da casa e do cachorro vão junto. E ainda assim é estressante. Imagina, para o cão, ter que lidar com a mudança do ambiente e com a ausência do tutor?

Manter o cão no seu próprio ambiente pode garantir que ele tenha o mínimo de previsibilidade sobre a sua rotina. E para os cães, previsibilidade é sinônimo de bem-estar.

Quando um cão precisa lidar com situações estressantes, assim como acontece conosco, ele tem sua fisiologia alterada e toda sua imunidade sofre uma baixa o que pode impactar em doenças não só emocionais mas, físicas mesmo!

Agora, imagine se essa imunidade está baixa em um ambiente com outros cães onde pode haver patógenos que, numa situação normal, talvez nem afetasse esse cachorro mas, diante de um quadro de estresse, pode ser muito determinante.

Essas são as opções que quisemos trazer para vocês. É claro que cada cão terá perfil para uma ou outra delas. Ter perfil significa que, em casos de cães inteiros (não castrados) ou reativos, pouco sociáveis, por exemplo, ir para uma creche não é viável. Então, este cão não tem perfil para frequentar esse tipo de local. Logo, essa opção já não pode fazer parte do leque de opções da família.

Outra questão importante para não deixar de abordar é que, em qualquer das possibilidades do que fazer com seu cachorro quando você for viajar, é que o cão deve ser previamente adaptado. Quer seja na promoção e manutenção da independência emocional desse cão que permite que ele passe algum período em sua própria companhia e saiba lidar bem com isso; quer seja na casa de parentes e amigos com os quais o cão já tenha costume.

Toda situação nova deve ser apresenta ao cão, sempre, de maneira gradual, positiva e controlada. O quanto você poderá evoluir nessa adaptação só pode ser dito pelo próprio cão. Cada um tem seu próprio tempo e é importante respeitar mas, ao mesmo tempo, incentivar que ele evolua.

Pense sempre com bastante antecedência, o quanto for possível! Isso é garantia de bem-estar pro seu cão, na sua ausência! Garantia de tranquilidade para você, durante esse período e garantia de que, quando você voltar não terá que lidar com doenças ou problemas comportamentais que foram desencadeadas pela sua ausência.

Por fim, e não menos importante, conheça o prestador de serviço e o local, quando for o caso, com bastante antecedência para garantir que gosta e tem afinidade com ele. Tenha cuidado com as contratações através de aplicativos que não têm como exigência conhecimento a cerca de comportamento canino. Estes aplicativos se multiplicam e na mesma proporção problemas que vão desde a cães perdidos ou com problemas comportamentais oriundos de manejo e interações inadequadas.

 

 

Espero ter ajudado! Gratidão!

 

 

 

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CAMILLI CHAMONE

Pós-graduada em Genética e Biologia Molecular. Foi professora universitária federal de Biologia Celular e Genética. Criou buldogues franceses. Foi membro efetivo do Conselho Disciplinar do Kennel Clube de Belo Horizonte. Foi Diretora da Federação Mineira de Cinofilia. É editora do "Seu Buldogue Francês", o maior blog do mundo sobre buldogues franceses, e de todas as mídias sociais que levam esse nome. É palestrante e consultora sobre bem-estar e comportamento canino. Além disso tudo, é perdida e irremediavelmente apaixonada por frenchies.

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