Por volta de 10.000 a.C., transformar lobos em cães foi a primeira vez que nós, humanos, interviemos na evolução natural das espécies. Obviamente, havia um motivo para isso: nossos ancestrais precisavam de mão de obra “barata e confiável”.
Cães cooperavam como um competente esquadrão de limpeza, não deixando vestígios dos nossos restos de comida, para outros animais predadores. Cães faziam a nossa proteção e a proteção dos nossos povoados. Cães puxavam trenós. Cães nos ajudavam a caçar. Cães pastoreavam rebanhos. Todos os cães trabalhavam e tinham uma função – e isso exigia deles enormes esforços físicos e mentais.
Contrariando o nosso entendimento sobre bem-estar, a ocupação física e metal é extremamente benéfica a eles! Em decorrência desses esforços, há elevação de “hormônios da felicidade” e há diminuição de “hormônios do estresse”.
Nas últimas décadas, à medida que os cães foram se tornando majoritariamente animais de companhia, suas atividades também foram sendo progressivamente restringidas. Eles pararam de “trabalhar”, perderam a autonomia de fazer o que tinham vontade, mas ganharam o conforto e a segurança do interior das casas.
Essas mudanças vieram acompanhadas de muita privação de atividades físicas, de enorme carência de desafios mentais, de muita condenação ao tédio e de volumosas horas de solidão. Isso tem sido absurdamente estressante a todos os cães.
O estresse crônico é responsável por problemas de comportamento (inclusive ansiedade e distúrbios compulsivos), além de produzir inflamação sistêmica, comprometimento do sistema cardiorrespiratório, do sistema digestivo, do sistema endócrino, imunodepressão e, consequentemente, diminuição da longevidade.
Saúde mental importa! Por isso, invista na qualidade de vida diária (QVD) do seu peludo, porque bem-estar elevado é potencializador da saúde física!
Nossos pets são nossos filhos, mas não podemos esquecer as suas origens – e necessidades – selvagens.