NÃO. Nós não indicamos e nem apoiamos a reprodução de cães destinados à companhia. Existem dezenas de motivos muito relevantes que justificam a nossa falta de apoio a essa prática e você pode lê-los em todos estes textos (e vários outros aqui no blog):

 

Porém, contrariando o bom-senso, algumas pessoas que não fazem a menor ideia de onde estão se metendo, insistem em reproduzir seus cães e resolvem por fazê-lo. Para essas, as orientações deste post.


Aos tutores das fêmeas (de interesse dos tutores dos machos)

Se a sua ideia é acasalar sua cadela, prepare com antecedência os seguintes exames:

– radiografia de coluna. Essa radiografia tem uma importância enorme, para as fêmeas, por 02 (dois) motivos muito relevantes:

    1. o excesso de má-formações vertebrais contraindica a reprodução porque a fêmea transmite essa característica genética aos filhotes;

 

    1. uma fêmea gestante com muitas má-formações vertebrais, principalmente na região lombar e sacral, tem risco aumentado de desenvolver doença do disco intervertebral (por causa do grande aumento de peso abdominal) e, consequentemente, uma lesão medular;

 

– radiografia da articulação do quadril (displasia coxo-femural está crescendo assustadoramente na raça);
– exame genético de detecção do gene da catarata hereditária, caso você não tenha acesso ao histórico de saúde dos pais do seu cão, seus avós e sua ampla descendência;
– avaliação bioquímica da função da tireoide (hipotireoidismo é frequente na raça);
– avaliação cardíaca;
– exame para diagnosticar leishmaniose (leishmaniose produz diminuição da imunidade e reproduzir um cão debilitado não é uma atitude sensata);
– exame para diagnosticar herpes canina (DST* que a mãe transmite aos filhotes e é devastadora para os recém-nascidos);
– exame para diagnosticar brucelose canina (DST* que a mãe transmite aos filhotes e é devastadora para os recém nascidos).

 

Se, na avaliação do médico veterinário, houver alteração no resultado desses exames: NÃO REPRODUZA SUA CADELA! Frenchies que apresentam palato mole alongado, estenose de traqueia, muita dificuldade para respirar mesmo nos passeios curtos, luxação de patela, displasia de ombro, histórico de sarna demodécica, comportamento agressivo e outros problemas de saúde/temperamento relevantes, NÃO DEVEM SER REPRODUZIDAS.

 

Não espere o cio chegar para começar a procurar o pai da ninhada. “Minha fêmea está no cio e procuro um namorado para ela!” – NÃO, por favor. Não ofereça aos outros esse atestado de ignorância.

 

Importante: atonia uterina é um mal frequente na raça que coloca em risco a saúde dos filhotes. Por isso, as cadelas dessa raça devem fazer parto cesariana para parir.

 

Aos tutores dos machos (de interesse dos tutores de fêmeas)

 

Se a sua ideia é reproduzir seu macho, prepare com antecedência os seguintes exames:

 

– radiografia de coluna;
radiografia da articulação do quadril (displasia coxo-femural está crescendo assustadoramente na raça);
– exame genético de detecção do gene da catarata hereditária, caso você não tenha acesso ao histórico de saúde dos pais do seu cão, seus avós e sua ampla descendência;
– avaliação bioquímica da função da tireoide (hipotireoidismo é frequente na raça);
– avaliação cardíaca;
– exame para diagnosticar leishmaniose (há estudos que mostram que a leishmaniose pode ser transmitida pelo sêmen);
– exame para diagnosticar herpes canina (o sêmen do macho transmite herpes à fêmea);
– exame para diagnosticar brucelose canina (o sêmen do macho transmite brucelose à fêmea).

 

Se, na avaliação do médico veterinário, houver alteração no resultado desses exames: NÃO REPRODUZA SUA CÃO! Frenchies que apresentam palato mole alongado, estenose de traqueia, muita dificuldade para respirar mesmo nos passeios curtos, luxação de patela, displasia de ombro, histórico de sarna demodécica, comportamento agressivo e outros problemas de saúde/temperamento relevantes, NÃO DEVEM SER REPRODUZIDOS.

 

Por favor, não passe atestado de ignorância aos outros, dizendo que quer proporcionar pelo menos uma experiência sexual a seu machinho, por um motivo simples: frenchies não devem fazer monta natural. Em cães braquicefálicos, como buldogues franceses, buldogues ingleses e pugs, todo o processo reprodutivo deve acontecer através de inseminação artificial. Então a experiência sexual nunca vai acontecer – se você preza pela segurança do seu cão, obviamente.

 

Aos tutores de machos e de fêmeas

 

1) Cobrem dos tutores do macho/fêmea os exames de saúde. Cobrem atestado de saúde, por  escrito, emitido por médico veterinário, anuindo o acasalamento e isentando o cão de todas as doenças pesquisadas, uma a uma. ATENÇÃO: atestado que não acompanha resultados de exames não valem! A menos, é claro, que o veterinário tenha superpoderes que o permitam avaliar, com visão de raio-X, a coluna, a tireóide, etc. IMPORTANTE: os exames para diagnosticar leishmaniose, herpes canina e brucelose canina (doenças infecto-contagiosas) devem ser ultra-recentes;

 

2) Façam contrato por escrito, com assinatura das partes registradas em cartório, estabelecendo a forma do pagamento das partes e a forma como lidarão com adversidades. Incluam nesse contrato:

 

  • despesas com coleta de sêmen e inseminação artificial na fêmea;
  • forma de pagamento da cobertura;
  • 1ª preferência da escolha dos filhotes e escolhas sucessivas;
  • forma de divisão dos filhotes;
  • forma de pagamento da cobertura em caso de morte da ninhada inteira;
  • forma de pagamento da cobertura em caso de nascimento de apenas um único filhote;
  • forma de divisão dos filhotes, em caso de morte de filhotes, enquanto estão sob os cuidados do tutor da cadela;
  • morte na cadela no parto X divisão dos filhotes;
  • despesas com consultas veterinárias, vacinação e alimentação dos filhotes;
  • despesas com registro do pedigree dos filhotes no Kennel Clube (ninguém cometeria a insanidade de reproduzir cães sem pedigree, certo?);
  • filhotes vendidos a terceiros que apresentaram problemas de saúde passíveis de ações judiciais. Leia o Código do Consumidor para saber os direitos de quem comprará os filhotes e lembre-se que em uma disputa judicial por problemas de saúde, os exames de pré-natal dos pais podem e devem ser pedidos.

 

Antes de acasalar, eu ainda indicaria levar os cães a uma exposição cinófila para a avaliação de um juiz. Na minha opinião, para a preservação das características da raça, um cão que não se enquadra no padrão da raça, não deveria ser reproduzido. Isso é especialmente importante porque todos os pais consideram seus filhos caninos lindos e isso dificulta um julgamento imparcial. Minha experiência também comprova que as pessoas que adquirem um filhote de buldogue francês sentem-se muito frustradas e enganadas quando veem seus cães crescendo e se tornado muito diferentes daquilo que deveria ser um buldogue francês. Portanto, vale a pena a opinião de um especialista!

 

Boa sorte!

 

* doença sexualmente transmissível

 

 

 

 

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CAMILLI CHAMONE

Pós-graduada em Genética e Biologia Molecular. Foi professora universitária federal de Biologia Celular e Genética. Criou buldogues franceses. Foi membro efetivo do Conselho Disciplinar do Kennel Clube de Belo Horizonte. Foi Diretora da Federação Mineira de Cinofilia. É editora do "Seu Buldogue Francês", o maior blog do mundo sobre buldogues franceses, e de todas as mídias sociais que levam esse nome. É palestrante e consultora sobre bem-estar e comportamento canino. Além disso tudo, é perdida e irremediavelmente apaixonada por frenchies.

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