Camilli,

minha frenchie é terrível com outros cães. Ela simplesmente não os suporta… será que é da raça ser assim?

Valentina
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Não, Valentina!  Não é da raça.

Embora frenchies sejam naturalmente destemidos, não se deve esperar – e nem aceitar – atitudes agressivas gratuitas (mesmo um simples rosnadinho) seja na direção de outro cão, seja na direção de outra pessoa.
Curiosamente, essa é uma pergunta que está se tornando cada vez mais comum em minha caixa de e-mails e até consigo imaginar uma razão para isso estar acontecendo…
Com o boom dos frenchies e o crescimento do número de pessoas que reproduzem frenchies (“pseudocriadores”, fabricantes de filhotes e criadores de fundo de quintal), os cães estão sendo separados muito precocemente de suas famílias caninas.
Muitas pessoas não sabem, mas permanecer até, no mínimo, os 3 meses de idade com sua família biológica é importantíssimo para o processo de socialização de um cão.
A família biológica – e não a humana – será responsável por apresentar o mundo e ensinar as regras de convivência dentro da matilha, que refletirão em muitos processos futuros, dentre eles, o aprendizado, a convivência com as pessoas e a convivência com outros cães.
Separado precocemente de sua família, indo para outra família – de outra espécie – o que poderá aprender sobre a sua própria espécie em um período tão importante de aquisição de conhecimentos em sua vida? (este período é chamado fase de socialização)
“A fase de socialização (entre 6 e 12 semanas de idade) é especialmente importante para o desenvolvimento de um temperamento estável e afetivo. Acredita-se que muitos déficits sociais e emocionais observados em cães adultos são resultantes da separação precoce  entre o filhote e sua mãe e irmãos” – Steven R. Lindsay
Para agravar ainda mais a situação, em sua nova família humana, um filhote separado precocemente de sua família biológica terá que passar obrigatoriamente por um longo período sem entrar em contato com outros cães – em virtude do período de vacinas –  e a fase de socialização estará ainda mais prejudicada.
Talvez, seja interessante fazer uma analogia com o ser humano: você se lembra da história de Mogli, o menino lobo? Não é uma incoerência uma criança humana ser educada por lobos? 🙂
Portanto, quanto mais tempo o filhote puder desfrutar do convívio com sua família biológica, em um ambiente saudável e estimulante, melhor para ele!
Felizmente, ainda pode-se reabilitar um cão em idade mais avançada (embora seja mais complexo). Para casos em que o cão apresenta comportamento antissocial, recomendo veementemente a consultoria de um educador canino que trabalhe com técnicas de reforço positivo.

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CAMILLI CHAMONE

Pós-graduada em Genética e Biologia Molecular. Foi professora universitária federal de Biologia Celular e Genética. Criou buldogues franceses. Foi membro efetivo do Conselho Disciplinar do Kennel Clube de Belo Horizonte. Foi Diretora da Federação Mineira de Cinofilia. É editora do "Seu Buldogue Francês", o maior blog do mundo sobre buldogues franceses, e de todas as mídias sociais que levam esse nome. É palestrante e consultora sobre bem-estar e comportamento canino. Além disso tudo, é perdida e irremediavelmente apaixonada por frenchies.

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