Créditos da imagem desconhecidos. Por favor, avise-nos se souber.


Texto inspirado e adaptado de Lewis Nicholls Dog Training
Para ler o original, clique aqui.
Questiono bastante a necessidade, a viabilidade e as motivações de quem quer transformar um cão com uma histórico de agressividade dirigida a outros cães, em um cachorro que goste da companhia dos da sua espécie. É realista ou é algo que, não importa o quanto tentemos, simplesmente não irá funcionar? É mesmo emocionalmente benéfico para o cão forçarmos essa barra?
O “condicionamento clássico” é um conceito muito básico, no qual podemos criar uma resposta involuntária unindo dois eventos independentes. Por exemplo, se você está passeando com o seu cachorro e vê um cão grande na rua, involuntariamente, você segura a guia de forma mais tensa e fica igualmente tenso – isso é bem comum. Mas, por outro lado, se você vê um cachorrinho fofo, imediatamente, pensa “oh, que fofo!”, relaxa a guia e fica feliz – você cria um outro tipo de experiência para o seu cachorro. Depois que isso acontece repetidas vezes em suas caminhadas, você criou um cão que, de repente, começa a reagir (latir, rosnar) a cães grandes quando está na guia. O cão passa a associar a tensão sempre que um cachorro grande aparece – o cachorro grande tornou-se uma experiência negativa. 
Para mudarmos essa associação indesejável, podemos usar o “contra-condicionamento”. Em outras palavras, sempre que virmos um cachorro grande, de longe, produzimos uma experiência positiva no nosso cão. Podemos, por exemplo, começar a alimentar nosso cachorro com algo que ele goste muito, como frango assado, por exemplo. Nosso objetivo, no contra-condicionamento, é criar uma associação que seja “frango” ao cachorro grande – contrariamente à guia tensa e do tutor estressado. Dessa forma, transformamos a experiência negativa em algo mais agradável. 
Mas, e com aqueles cachorros que já chegaram a morder outros cães? O contra-condicionamento funcionará com eles? Sim, mas, na minha opinião, não nos leva tão longe. Particularmente, não acredito que seja possível transformar cães agressivos em cães sociáveis e felizes com outros cachorros. E aqui está o porquê:
O condicionamento clássico apenas oferece uma associação positiva ou negativa às coisas e aos eventos. Mas, basicamente, cabe ao indivíduo decidir se ele quer ou não gostar de alguém ou de alguma coisa, mesmo que desenvolva associações positivas com alguém ou alguma coisa. Por exemplo, se toda vez que visse Hitler na TV e alguém me desse $ 100 dólares, eu começaria a formar uma boa associação sempre que ele aparecesse. Mas, ainda teria a certeza de que ele é uma das piores pessoas que já existiu. Então, posso formar uma boa associação com ele na TV, mas se algum dia eu o encontrasse (claro que sei que isso não é possível!), ainda o consideraria uma pessoa horrível e muito ódio provavelmente se acumularia em mim se nos aproximássemos. Talvez eu até reagisse!
Portanto, esse é o meu dilema com cães que não se dão bem com outros cães. Sim, podemos modificar o comportamento deles na guia. Sim, podemos ensiná-los a fazer uma associação positiva com a presença de outros cães. Sim, podemos ajudar um cão reativo a se tornar menos reativo e, até mesmo, dependendo do caso, um cão um pouco social. Mas, cabe ao cão individualmente decidir se ele realmente gosta de outros cães ou não. E cachorros são cachorros. Eles mordem, brigam e, finalmente, podem causar sérios danos em questão de segundos, se os colocarmos em situações desconfortáveis. O risco de termos que lidar com consequências desastrosas é real!
É legal ter um cão realmente sociável, mas se não tivermos um, simplesmente não temos esse luxo. Acredito que a segurança dele e dos outros cães é prioridade absoluta.
Às vezes, não é de mais socialização que os cães precisam, eles precisam apenas mudar a maneira como se comportam em certas situações. Não precisamos forçá-los a circunstâncias com as quais eles têm dificuldade de lidar. 
Muitos cães reativos na guia também se comportam assim por frustração, por serem forçados a agir de uma maneira a qual eles não estão aptos ou simplesmente não querem – enquanto seus tutores insistem em socializá-los mais. Não concordo com isso! Se o seu cão fica louco na guia, não é mais socializar o que vai ajudá-lo. O que vai ajudá-lo é treinamento básico e uma melhor gestão do ambiente, para poupá-lo do estresse. 

 

 

 

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CAMILLI CHAMONE

Pós-graduada em Genética e Biologia Molecular. Foi professora universitária federal de Biologia Celular e Genética. Criou buldogues franceses. Foi membro efetivo do Conselho Disciplinar do Kennel Clube de Belo Horizonte. Foi Diretora da Federação Mineira de Cinofilia. É editora do "Seu Buldogue Francês", o maior blog do mundo sobre buldogues franceses, e de todas as mídias sociais que levam esse nome. É palestrante e consultora sobre bem-estar e comportamento canino. Além disso tudo, é perdida e irremediavelmente apaixonada por frenchies.

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