Primeiro você vê a cabeça. Por cima do topo do morro, aparece um focinho, bufando. Ainda não é possível ver nada ligado a ele. Um membro surge e, em sucessão lenta, é seguido pelo segundo, terceiro e quarto membros, que suportam seis quilos entre eles. O dog alemão, noventa centímetros de altura, até o ombro e um metro e meio, de cabo a rabo, espia o pinscher saltitante, quase escondido na grama entre os pés de sua dona. Com um salto doce, o dog alemão se posiciona diante do pinscher. O pinscher olha recatadamente para longe; o dog alemão se dobra para ficar na mesma altura dele e morde a lateral do seu corpo. O pinscher olha de volta para o cão, que levanta o traseiro no ar, toquinho de rabo firme, preparando-se para o ataque. Em vez de fugir deste ataque aparente, o pinscher imita a pose do dog alemão e morde a cara dele, abraçando aquele focinho com suas patas minúsculas. Eles começam a brincar.
Trecho adaptado do livro “A Cabeça do Cachorro”, de Alexandra Horowitz.
Esses cachorros são tão incomparáveis que poderiam ser de espécies diferentes. (…) O cão grande abocanhou e avançou sobre o pequeno, no entanto, este, não repondeu com medo, mas, na mesma moeda.
O que explica a capacidade deles brincarem juntos? Por que o cão grande não vê o pequeno como uma presa? Por que o pequeno não vê o grande como um predador?
A resposta não tem nada a ver com ilusões de grandeza canina por parte de um ou falta de impulso predador por falta de outro. Tampouco de trata de um instinto inato para assumir o comando.
Para entender é preciso nascer cachorro ou passar muito tempo observando cuidadosamente esses animais!
Comunicação canina é uma linguagem complexa e sutil.
Aqui no blog, ouso publicar um pouco do que vou aprendendo sobre caninês e os textos podem ser lidos na série Comportamento Canino.
O mais importante que já aprendi até hoje é que há muito há ser aprendido!!!