(Texto da excelente comportamentalista canina Fúlvia Andrade. Você pode ler o original aqui.)
Cientistas começaram a se interessar em como a idade afeta os processos cognitivos, incluindo o aprendizado, o raciocínio lógico e a memória, em cães. Por isso, começaram um estudo para saber mais sobre o assunto.

Noventa e cinco border collies foram incluídos no estudo, com idades variando entre 5 meses e 13 anos. Esta raça foi escolhida porque, segundo Stanley Coren em seu livro A Inteligência dos Cães, esses são os cães que mais tem inteligência para obediência (aprendem mais rápido os comandos ensinados). Mesmo assim, houve diferenças entre a habilidade de aprendizado dos cães conforme a idade.
Cão da raça border collie. 
Créditos da imagem desconhecidos.
Cães mais novos aprendem mais rápido, mas os mais velhos se sobressaem no raciocínio.
Para testar as habilidades de aprendizado dos cães, os pesquisadores mostraram a eles duas imagens abstratas numa tela. Uma imagem era positiva, onde o cão ganhava um petisco e a outra era negativa, onde o cão não ganhava nada.
Misturaram as fotos e os cães tinham que aprender qual imagem daria o petisco, tocando na imagem correta com o focinho.
Os cães mais velhos foram capazes de solucionar esta tarefa, apesar de serem um pouco mais lentos que os mais novos. Assim, como os humanos, é mais provável que cães mais velhos se tornem mais “rígidos” no pensamento conforme envelhecem.
Os cães mais velhos ofuscam os cães mais novos na área de raciocínio lógico. 
Foram mostradas duas figuras aos cães – uma familiar “negativa” e uma nova imagem. A imagem negativa era a escolha “errada”, e a imagem nova a escolha correta.
Esta tarefa precisava de um raciocínio lógico (por exclusão) para ser completa, e os cães mais velhos se sobressaíram nela.
 “Quanto mais velho o cão, melhor ele se saía. Provavelmente porque os cães mais velhos insistiam mais naquilo que haviam aprendido antes.” – Friederike Range.
Memória de longo prazo pode não ser afetada pela idade
Seis meses após a primeira série de testes acabar, usaram as mesmas imagens abstratas do teste da tela. O teste, feito para testar a memória de longo prazo, não mostrou diferenças significativas entre os cães.
Praticamente todos os cães identificaram corretamente as imagens positivas. Este estudo ajudou a identificar o que é normal em termos de envelhecimento cognitivo em border collies e pode ser usado para reconhecer problemas cognitivos em cães.
Ensine ao seu cão novos truques para mantê-lo mentalmente ativo conforme ele envelhece. Estímulos mentais (quebra-cabeças, brinquedos dispensadores de comida etc), assim como oportunidades de se socializar com outros animais e pessoas são importantes para a saúde cognitiva.
Seu cão é inteligente
Pesquisas mostram que as capacidades mentais dos cães são parecidas com as de uma criança de 2 a 3 anos e, se dada a oportunidade, muitos cães podem aprender a contar, a entender conceitos simbólicos, operar máquinas simples e até entender matemática básica.
Cães também são capazes de aprender socialmente (observando os outros) e também parecem ser capazes de processar emoções e o sentido das palavras em diferentes hemisférios cerebrais, como nos humanos. Eles também prestam muita atenção na nossa linguagem corporal, nossa postura e contato visual, por exemplo.
Não pense que, só porque seu cães está mais velho, sua capacidade cognitiva irá falhar. Há coisas que podem ser feitas para manter seu cão mentalmente em forma na velhice.
Como manter meu cão mentalmente saudável?
Além de estímulos mentais, como já mencionado acima, atividade física apropriada para sua idade e condição física também são importantes. Uma dieta fresca, crua, espécie-apropriada, é um requisito para a saúde cognitiva.
Seu cão precisa consumir uma dose adequada de ômega-3, que é importantíssima para saúde do cérebro. Triglicerídeos de cadeia média, encontrados no óleo de coco, também são importantes para evitar o declínio cognitivo.
Uma das melhores coisas que se pode fazer pelos cães mais velhos é diminuir a quantidade de carboidratos desnecessários (ou até melhor eliminá-los, que é melhor) da dieta, e substituí-los por gorduras saudáveis que nutrem o cérebro de seu cão.
Visitas ocasionais ao veterinário, não importa a idade e o estado de saúde. Acompanhar as mudanças físicas e mentais de seu cão é a melhor forma de descobrir se há algo errado, logo no início.


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CAMILLI CHAMONE

Pós-graduada em Genética e Biologia Molecular. Foi professora universitária federal de Biologia Celular e Genética. Criou buldogues franceses. Foi membro efetivo do Conselho Disciplinar do Kennel Clube de Belo Horizonte. Foi Diretora da Federação Mineira de Cinofilia. É editora do "Seu Buldogue Francês", o maior blog do mundo sobre buldogues franceses, e de todas as mídias sociais que levam esse nome. É palestrante e consultora sobre bem-estar e comportamento canino. Além disso tudo, é perdida e irremediavelmente apaixonada por frenchies.

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