(Texto sensacional da comportamentalista animal Fúlvia Andrade)  

Lei de igualação, ajudando na educação
Escolhas… Todos nós, humanos e animais, fazemos nossas escolhas baseados nos resultados que obtivemos de consequências do ambiente. Alguns exemplos: latir para chamar atenção em vez de deitar (porque, provavelmente, nós damos mais atenção – por meio de broncas, que também são um tipo de atenção – quando o cão late e não quando vai deitar na caminha dele). Em comportamento aplicado, isto tem um nome: “lei da igualação” (tradução livre de “Matching Law”). Esta lei influencia não apenas diretamente o comportamento do animal, mas também a eficiência no treino dele.
As escolhas que fazemos são o resultado de inúmeras variáveis, tais como a quantidade de recompensas (quantas vezes fomos recompensados por certo comportamento), a qualidade da recompensa (o quanto a apreciamos), ou o atraso da recompensa (o quão cedo a recebemos). As chances de escolher um comportamento em detrimento do outro estão diretamente relacionadas a quanto este comportamento foi recompensado. Digamos que o cão foi recompensado 10 vezes quando sentou à sua frente e 5 vezes quando sentou ao seu lado. Como resultado, este cão tenderá a sentar mais à sua frente que ao seu lado.
Esta lei foi “descoberta” por R. J. Hernstein. Ao trabalhar com pombos, percebeu que eles bicavam mais um botão que o outro e isto estava diretamente relacionado com as recompensas que recebiam. Por exemplo: se 70% das recompensas eram dadas quando eles bicavam o botão direito, o pombo bicaria o botão direito 70% das vezes, por isto o termo “lei da igualação”.
Por que é importante termos em mente esta lei quando trabalhamos com cães ou outros animais? As razões são:
1 → Se confrontados com dois comportamentos possíveis, um animal tende a escolher aquele que foi mais recompensado. Por isso é importante proporcionar condições nas quais fazer a “escolha certa” seja mais fácil que a outra alternativa. Um treino eficiente inclui manejar o ambiente para que as “escolhas certas” precisem de pouco esforço para serem realizadas e recebam muitas recompensas imediatamente. Um exemplo é, quando mantemos um filhote confinado ou sob constante supervisão enquanto o levamos para o banheiro a cada meia hora e o recompensamos quando fizer xixi e/ou coco no lugar certo. Quanto menor o número de acidentes, mais rápido e mais eficaz é o treino.
2 → Cada vez que recompensamos comportamentos indesejados, reduzimos a força dos desejados. Se queremos um “senta” perfeito, alinhado em relação ao nosso corpo (exigência em competições), devemos evitar recompensar qualquer “senta” que não se enquadre neste critério, ou se o cão se sentar devagar demais. De acordo com a lei de igualação, a cada “senta” errado que recompensamos, menores as chances de obtermos o “senta” perfeito.
3 → Quando usamos shaping, quanto mais tempo ficamos em um comportamento intermediário, mais forte este comportamento se torna. Se tentamos que cada passo seja perfeito antes de irmos para o próximo, em vez de de irmos muito rápido, tornamos estes comportamentos mais fortes e, consequentemente, com mais tendência de serem repetidos. Acreditamos que quando trabalhamos com o shaping em um comportamento o tornamos mais forte. Se aplicamos a lei de igualação, isto não é verdade. No shaping, leva-se cerca de 20 a 40 (ou mais) repetições para conseguirmos o comportamento desejado. Durante uma sessão de treino, tendemos a recompensar o cão mais vezes nos comportamentos intermediários que no comportamento final. Quando usamos o luring, ou seja, quando guiamos o cão, o comportamento desejado é alcançado mais rápido então, no final, este comportamento (o final) terá um histórico de recompensas maior que os intermediários.
4 → Precisamos nos certificar de não recompensar comportamentos que não queremos. Se estamos ensinando o cão a sentar e o recompensamos quando ele colocar seu peso de lado (ele vai sentar “tortinho”), este comportamento é que será repetido. Se não quisermos competir em obediência, isso não é um problema. Mas, se nosso objetivo são as provas, nos livrar deste comportamento errado demandará muito mais tempo do que treinar certo desde o começo.
São apenas alguns exemplos de como a lei de igualação influenciam a eficácia de nossos treinos. Também podemos ver como ela funciona na modificação de comportamentos. No treino de cães podemos identificar muitos casos onde esta lei se aplica e pode ser usada para modificar o ambiente para resultados melhores e mais rápidos. 
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CAMILLI CHAMONE

Pós-graduada em Genética e Biologia Molecular. Foi professora universitária federal de Biologia Celular e Genética. Criou buldogues franceses. Foi membro efetivo do Conselho Disciplinar do Kennel Clube de Belo Horizonte. Foi Diretora da Federação Mineira de Cinofilia. É editora do "Seu Buldogue Francês", o maior blog do mundo sobre buldogues franceses, e de todas as mídias sociais que levam esse nome. É palestrante e consultora sobre bem-estar e comportamento canino. Além disso tudo, é perdida e irremediavelmente apaixonada por frenchies.

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