Não raro, nos deparamos com alguns problemas na clínica veterinária do dia a dia. Sempre há um caso que nos desafia profissionalmente – um caso que não melhora com nada ou que melhora, mas não mantém essa melhora. Sempre me questiono sobre o que acontece nesses casos e acredito que um monte de variáveis possam estar relacionadas. Quando nós, humanos, estamos na condição de pacientes, isso também acontece e é preciso descobrir “onde a coisa emperra”! Vejam a lista do que me vem à cabeça num primeiro momento: alimentação inadequada, medicamentos danosos, excessos de café, de tabaco, de drogas lícitas ou não, viver em locais insalubres, trabalho físico e mental excessivo, preocupação constante, paixões não saudáveis, raiva ou humilhações frequentes, esgotamento intelectual, perfumes fortes e desinfetantes. Algumas vezes, o obstáculo à cura pode ser o próprio profissional. Falta de capacitação adequada, pouca vivência clínica, pouca experiência. Acho válido que o médico veterinário se reavalie sempre e que não tenha o constrangimento de discutir casos ou encaminhar pacientes. Cada profissional deve buscar o medicamento correto, a potência mais adequada e a via de administração mais indicada para aquele caso em questão. O obstáculo também pode ser o medicamento: preparação inadequada, contaminação, prazo de validade vencido e armazenagem em local inadequado são algumas das opções. Equívocos por parte dos tutores também podem acontecer! Eles podem não administrar a medicação prescrita aos seus animais ou administrar de forma errônea. O importante nisso tudo é sempre termos em mente que buscamos a cura ou um novo equilíbrio e que essa busca deve ser pautada no bom senso, feita sobre de muito estudo e estimulada pela compaixão.