Modelo 3D de giardia sob a forma livre


Apesar de não ser uma doença maligna, a giardíase – aparentemente fácil de ser tratada – é chatérrima.
A giárdia é um protozoário que pode existir sob 02 (duas) formas: a forma cística e a forma livre, também chamada de vegetativa.

Quando em forma cística, no meio ambiente, é resistente ao sabão, ao cloro, ao vinagre, a altas concentrações de sal, ao frio e a umidade. Somente é eliminado pela ação de altas temperaturas.
A forma livre existe apenas quando o protozoário está em atividade parasita, no interior de um indivíduo.
Como um cão adquire o micro-organismo causador da giardíase?
A via de contaminação do CISTO, pelo cão, é oral.
Portanto, beber água contaminada, comer alimentos contaminados, entrar em contato com cães contaminados (já reparou que eles adoram cheirar e lamber o bumbum uns dos outros? parece estranho, mas é o aperto de mão deles), estar em contato com locais contaminados é sempre potencialmente arriscado. Mas, infelizmente, é praticamente impossível manter um local “descontaminado”, uma vez que podemos contaminar um ambiente com nossos próprios sapatos.
A giardíase aumenta a motilidade intestinal, por isso o cão apresenta tenesmo e fezes amolecidas, em um quadro agudo da doença. Um sinal bem clássico é a presença de muco nas fezes. Vômito também podem ocorrer. Entretanto, segundo a Drª. Luciana Parra, 80% dos cães são assintomáticos para a giardíase.
O diagnóstico da giardíase é fácil e basicamente clínico. Há exames específicos, como o ELISA para giárdia, mas ele é mais interessante de ser feito quando o quadro é recorrente e deseja-se fazer diagnóstico diferencial de outras doenças que possuem clínica muito semelhante à da giárdia, como colite, intolerância alimentar, síndrome da má absorção, doenças causadas por outros parasitas.
O tratamento medicamentoso é facílimo.
Considerando que o protozoário causador da giardíase está presente em 80% dos cães saudáveis, pode-se dizer que ele manifesta-se em situações especiais, como, por exemplo, baixa de imunidade intestinal provocada, principalmente, por uma alimentação inadequada. Portanto, como invista na saúde de seu cão, com dieta saudável e, preferencialmente, livre de grãos.
Há muitos anos,  quando eu ainda acreditava que “os cães pegavam giardíase”, pensava poder resolver o problema da giárdia eliminando os cistos. Portanto, resolvi colocar “um foguinho” no quintal da minha casa, depois de tratar por N vezes seguidas meus cães, com Panacur, e eles continuarem com o cocô esquisito. Meu vizinho tomou *O* susto, pulou o muro, achando que tivesse incêndio em minha casa. OK, eu exagerei…. coisas de uma buldogueira desesperada.
O mais interessante foi observar que os “cocôs esquisitos” sumiram depois que passamos a adotar a alimentação natural. Conclusão: mais importante que tratar o processo infeccioso é tratar aquilo que está causando a sensibilidade intestinal.
Com relação à vacina, fiz uso dela por vários anos seguidos, e hoje não a utilizo mais.
Já está comprovado que a vacina contra giárdia não previne a infecção, não previne a proliferação do parasita no interior do cão, não previne a manifestação da doença… parece apenas diminuir a liberação de cistos no ambiente.
Como vendem e recomendam um produtos destes?
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CAMILLI CHAMONE

Pós-graduada em Genética e Biologia Molecular. Foi professora universitária federal de Biologia Celular e Genética. Criou buldogues franceses. Foi membro efetivo do Conselho Disciplinar do Kennel Clube de Belo Horizonte. Foi Diretora da Federação Mineira de Cinofilia. É editora do "Seu Buldogue Francês", o maior blog do mundo sobre buldogues franceses, e de todas as mídias sociais que levam esse nome. É palestrante e consultora sobre bem-estar e comportamento canino. Além disso tudo, é perdida e irremediavelmente apaixonada por frenchies.

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