Recebi este artigo, publicado pela World Small Animall Association, no World Congress/ Vancouver-2001.
Boa leitura!
Camilli

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Update sobre Alergia Alimentar em Cães em Gatos
Por Stephen White
Etiologia
Alergia alimentar é definida como uma reação imunológica ao alimento. Na maioria dos casos clínicos, a etiologia exata não é bem compreendida. Os mecanismos imunológicos do tipo I-IV são hipóteses. Em contraste, intolerância alimentar é o termo mais comumente utilizado para descrever reações alimentares que não possuem bases imunológicas, incluindo intoxicação alimentar (pela ação de toxinas). Na prática, o mecanismo de ação não importa tanto para o profissional quando este tem que lidar com um caso de doença cutânea responsiva à alimentação. É teorizado que a maioria dos alergenos são proteínas.
Descrição
Foi reportado não haver predileção de sexo pela alergia alimentar, tanto em cães, como em gatos.  Em alguns estudos, nenhuma predileção racial foi notada. Em contraste, dois estudos encontraram raças caninas que podem desenvolver maior risco de desenvolver alerfia alimentar:
Wheaton terrier pelo liso, dálmata, west highland, collie, shar pei, cocker spaniel, springer spaniel, schnauzer miniatura, retriever do labrador, dachshund e boxer. Dados reportados da Universidade do Colorado mostram que os retrievers correm maior risco de desenvolverem alergia alimentar que outras raças caninas. Muitos pesquisadores afirmam que, pelo menos, 33% de seus casos em cães iniciam o prurido antes de um ano de idade. É evidente que a alergia alimentar pode ocorrer em qualquer época da vida do animal, mas, deve ser sempre considerada como diagnóstico diferencial em um animal jovem.
História e Sinais Clínicos
O sinal clínico mais comum em alergia alimentar é o prurido (coceira), que é geralmente generalizado. O prurido pode ser primeiramente detectado coms pés e nas orelhas. Muito raramente, alergia alimentar em cães com lesões na pele, sem prurido, foram relatadas. As lesões primárias mais comuns são as pápulas (bolinhas) e o eritema (vermelhidão); as lesões secundárias são os colaretes (que indicam infecção bacteriana), “hot spots”, hiperpigmentação da pele e seborréia. Os sinais clínicos da alergia alimentar em cockers são idênticos à seborréia idiopática comum na raça. Alergia alimentar, como causa de má formação das unhas (disforme, rachadas) foi realatada em dois cães. Alergia alimentar em gatos pode manifestar-se como pruridos na cabeça e na face, dermatite miliar e uma das manifestações do complexo granuloma eosinofílico.
Ocorrências gastrointestinais em cães com manifestações cutâneas aos alimentos são raras; entretanto, não se sabe se as ocorrências são mesmo raras ou se os proprietários/voluntários não preceberam alterações relativamente sutis nas fezes de seus cães. No entanto, um relatório mais recente, documentando 20 cães com prurido e sinais típicos de colite gastrointestinal, descreveu: muco nas fezes, sangue fecal, tenesmo e aumento da frequência fecal. Tanto os sinais cutâneos, quanto os intestinais foram resolvidos diante da dieta de alimentação. Colite linfocítica plasmocítica está ligada a alergia alimentar em gatos e guepardos.
Sinais neurológicos, como mal-estar e convulsões foram relatados raramente. O autor considera que mal estar possa estar sendo subestimado, um aumento de energia no cão é frequentemente observado quando o cão é alimentado sem o alergeno ofensor. Sinais respiratórios, como asma, também foram relatados, mas são raros.
Hipersensibilidades simultâneas foram reportadas em cães e incluem atopia, DAPE, alergia parasitária intestinal e, até, alergia a insulina bovina. Associação da malassezia às infecções na pele é comum. Cães podem ter piodermite (superficial ou profunda) como o único sinal de alergia alimentar. Esses cães são clinicamente normais (ou seja, não se coçam) enquanto recebem antibióticos, Entretanto, é absolutamente importante diagnosticar e tratar as infecções secundárias, porque a persistência do prurido nestas infecções pode confundir a habilidade do clínico em diagnosticar a alergia subjacente.
Diagnóstico
O método diagnóstico ideal é a dieta de eliminação. A experiência do autor e de outros pesquisadores foi desapontadora com o uso de testes alérgicos para diagnóstico de alergia alimentar em pets na América do Norte.
A dieta de eliminaçã, geralmente, contém uma proteína e um amido.Deve ser baseada na exposição prévia do cão aos alimentos. É importante lembrar que  cães que convivem com gatos foram expostos aos seus alimentos através das fezes do gato. Nós sempre iniciamos com carne suína e batatas – baseados na não exposição prévia, coelho, pato e atum são outras opções. Também já usamos carnes “exóticas”, como alces. Nada além de água fresca deve ser oferecido para beber durante o período da dieta de eliminação. Isso significa que vitaminas, brinquedinhos mastigáveis, cremes dentais, medicamentos saborizados devem ser eliminados – substitua os medicamentos saborizados pelos comuns. Como a dieta de eliminação não é balanceada, os proprietários precisam estar cientes que o cão emagrecerá, poderá perder muito pelo ou ficar mais esfomeado que o usual. Em gatos, utilizamos comidas para bebês a base de cordeiro.
Para quem não pode oferecer a carne e o amido, uma segunda opção, com antígenos limitados é a dieta comercial: Purina LA (salmão); Iams FP (peixe e batata) e KO (canguru e aveira); IVD veado/pato/coelho e batata; Hills D/D (pato ou peixe e arroz); Waltham peixe e arroz. Para gatos, inclui-se IVD pato/veado/coelho e batata; Hills D/D para felinos, Iams cordeiro e cevada. Outra opção para animals que já foram alimentados com vários tipos de proteínas ou que o histórico alimentar é desconhecido, é o uso de Purina HA (soja hidrolizada), Hills Z/D ou DVM Exclude. Usar um preparado comercial oferecerá 90% de chances de determinar o alergeno alimentar; entretanto, nenhuma destas dietas funcionará para todos os animais, e o fracasso neste tipo de dieta, provavelmente lhe levará a tentar outra, ou a caseira, após novo julgamento.
O tempo de duração da dieta de eliminação é controverso, entretanto, nossas observações justificam a utilização da dieta por 8-12 semanas. Persistência do prurido na 12a. semana indica a necessidade de continuidade da dieta, mas pode indicar a ocorrência de outras hipersenbililidade. Nos casos onde antibiótico foi oferecido para tratar lesões secundárias e o corticóide foi utilizado para tratar o prurido severo, a dieta deve continuar por, no mínimo, 2 semanas de descontinuação destes medicamentos.
Após o desaparecimento dos sinais clínicos, com a dieta de eliminação, o animal deve ser desafiado com sua dieta normal para confirmar o diagnóstico da alergia alimentar. A recorrência dos sinais é observada em uma ou duas semanas. Neste ponto, o animal retorna à dieta de eliminação e, em seguida, o proprietário pode optar por fazer o desafio com os alimentos suspeitos, cada alergeno é oferecido, separadamente, por 2 semanas: carne de boi, carne de frango, leite, ovos, milho, trigo soja – para o cão; no gato, peixes e derivados do leite. Alergias a dois ou mais alergenos são incomuns. Uma vez que os alergenos são identificados, basta alimentar o cão com o que não lhe provoca alergias. Nos casos em que os proprietários se recusam a fazer o teste de desafio, um dos alimentos da dieta de restrição pode ser usado na dieta de manutenção.

Referências 1. Carlotti DN, Remy I, Prost C: Alergia alimentar em cães e gatos: Uma revisão e relato de 43 casos. Vet Dermatol 1:55-62, 1990.
2:. Denis S, M. Paradis L’allergie alimentaire chez le chien et le chat. 2. Étude retrospectiva. Med. Vet. Quebec 24:15-20, 1994.
3:. Harvey RC Alergia alimentar e intolerância alimentar em cães: relato de 25 casos. Sm J Anim Pract 34:175-179, 1993.
4:. Paterson S hipersensibilidade alimentar em 20 cães com a pele e sinais gastrintestinais. Sm J Anim Pract 36:529-534, 1995.
5. Rosser EJ: O diagnóstico da alergia alimentar em cães. Am J Vet Med Assoc 203:259-262, 1993.
6. Rosser EJ: Alergia alimentar no gato: um estudo prospectivo de 13 gatos. Em Avanços em Dermatologia Veterinária Vol. 2, Ihrke PJ, I, SD White Mason (eds), 33-39, 1993
7. SD White. Alergia alimentar em cães. Compêndio de Educação Continuada para o médico particular, 20:261-269, 1998.

8. Branco SD, Sequoia D: Hipersensibilidade alimentar em gatos: 14 casos (1982-1987). Am J Vet Med Assoc 194:692-695, 1989.
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CAMILLI CHAMONE

Pós-graduada em Genética e Biologia Molecular. Foi professora universitária federal de Biologia Celular e Genética. Criou buldogues franceses. Foi membro efetivo do Conselho Disciplinar do Kennel Clube de Belo Horizonte. Foi Diretora da Federação Mineira de Cinofilia. É editora do "Seu Buldogue Francês", o maior blog do mundo sobre buldogues franceses, e de todas as mídias sociais que levam esse nome. É palestrante e consultora sobre bem-estar e comportamento canino. Além disso tudo, é perdida e irremediavelmente apaixonada por frenchies.

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