A Jujú começou a ter repetidas crises de apnéia. Não havia aspirado leite, não havia aspirado carne, as crises simplesmente iniciaram, de súbito.
Corri com ela, desesperada, para um plantão veterinário e o vet me disse que ela estava “ótima” naquele momento: pulmões limpos, coração rítmico, mucosas coradas, sem febre… mas, tendo em vista o histórico dela (não saber mamar, pouco ganho de peso comparada com a ninhada), seria melhor eutanasiá-la para acabar com o seu sofrimento.
Esperei o dia amanhecer e fui me aconselhar com meu pai.
Meu pai, além de ser médico competentíssimo e ter sido professor de imunologia por mais de 30 anos na UFMG para a maioria dos vets ali graduados (com muitas publicações científicas em periódicos internacionais), é a pessoa que me ensinou a amar os animais desde pequenininha (continua ensinando os netos) e é, sem dúvidas, o meu melhor amigo.
Cheguei na casa dele com a Jujú, quase que com um pedido de “Por favor, vamos comigo ao veterinário, porque não tenho coragem de levá-la para a eutanásia sozinha.”
Mas, ele pegou a Jujú no colo, auscultou seu coraçãozinho, pulmõeszinhos, deu pão molhado com leite (aimeudeus!), deu carne crua, deu água… arrumou uma caixinha para ela, forrou com um paninho e disse: “Ela parece muito boazinha… coitadinha… Deixe ela aqui, que eu quero observá-la.”
Jujú está lá com ele agora.
E eu estou escrevendo este post, chorando como uma criança, feliz pelo pai que eu tenho, que está comigo em todas as horas, mas, paradoxalmente, triste, pela incerteza do futuro de Jujú.