Quando faço alguma publicação sobre oferecer carnes cruas a cães, depois do susto inicial de alguns leitores, surgem perguntas que são muito comuns:

– E a contaminação por bactérias?

– É verdade que é preciso congelar todas as carnes para matar as bactérias?
Antes de tudo, vamos esclarecer algo muito importante: a maioria das bactérias é amiga. As bactérias são tão importantes que simplesmente não haveria vida vida neste planeta sem elas – criamos uma relação simbiótica inseparável. Mas, apesar disso, somos completamente deseducados para a bacteriofobia. Programas de TV, jornais, revistas e outras mídias estão, a todo tempo, enaltecendo o poder dos produtos antibacterianos – shampoos, sabonetes, desinfetantes, etc. -, como se fosse realmente desejável (e possível) viver longe delas. Para entender isso, leia nosso texto Bactérias são legais.
Para evitar que as carnes sejam mais povoadas do que já são por bactérias, a única medida que podemos tomar é a higiene. Comprá-las em estabelecimentos idôneos, lavar as mãos antes de manipulá-las, manipulá-las em superfícies limpas e refrigerá-las de maneira apropriada são exemplos de medidas higiênicas que controlam o crescimento bacteriano.
Entretanto, algumas carnes vermelhas de animais podem conter cistos (ovos) de tênia – que provocam a teníase – ou cistos (ovos) da toxoplasmose. A carne de peixe pode conter o verme que provoca a difilobotríase.
A notícia boa é que 72 (setenta e duas) horas – ou 03 (dias) – dias de refrigeração no freezer eliminam completamente esses vermes. As micro-espículas de gelo formadas durante o congelamento perfuram os ovos e os vermes inativando-os completamente.
Outra notícia interessante é que esses parasitas não afetam a carne de frango e de outras aves (peru, codorna, pato, etc.). Portanto, é seguro oferecê-las sem o congelamento prévio.
Há ainda outros vermes encontrados em carnes consideradas exóticas, como, por exemplo, nas carnes de salmão selvagem do Alaska, de crocodilo ou de urso. Mas, como é uma parcela ínfima da população que oferece, a seus cães, carnes que custam mais de R$ 100,00/kg, prefiro não me preocupar. Entretanto, se você faz parte dessa ínfima parcela da população, pesquise antes de oferecê-las cruas a seu cão.
Além de comprovações, de cunho científico, as quais demonstram que comer carne crua (desde que sejam tomados alguns cuidados) é seguro, minha própria experiência com o assunto mostra isso: meus cães (inclusive filhotes sendo desmamados), desde 2008, são alimentados com dieta à base de carne crua. De qualquer forma, lembre-se que nós, humanos, também temos o hábito de ingerir carnes cruas e pouco questionamos essa prática. Eu, por exemplo, adoro quibe cru (carne bovina crua) e comida japonesa (carne de peixe crua) – confesso que adoro carnes mal passadas, no estilo “boi ainda mugindo“. Lembre-se também que cães passam suas vidas lambendo o chão, comendo grama, cheirando o bumbum de outros cães e cometendo outras atrocidades higiênicas – sob o nosso ponto de vista, obviamente – e não têm problemas de saúde por causa disso. 
A Evolução explica todas as nossas dúvidas. Obrigada, Darwin!




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CAMILLI CHAMONE

Pós-graduada em Genética e Biologia Molecular. Foi professora universitária federal de Biologia Celular e Genética. Criou buldogues franceses. Foi membro efetivo do Conselho Disciplinar do Kennel Clube de Belo Horizonte. Foi Diretora da Federação Mineira de Cinofilia. É editora do "Seu Buldogue Francês", o maior blog do mundo sobre buldogues franceses, e de todas as mídias sociais que levam esse nome. É palestrante e consultora sobre bem-estar e comportamento canino. Além disso tudo, é perdida e irremediavelmente apaixonada por frenchies.

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