Há algum tempo atrás, eu era absolutamente radical com relação a alguns cuidados dos cães.
Hoje, considero-me uma pessoa bastante mais ponderada. O motivo que me levou a abrir mão de algumas sugestões do veterinário, refere-se a, o que eu chamo de, QUALIDADE DE VIDA ANIMAL.
Faz parte da obrigação de todo profissional da área da saúde alertar seus pacientes dos riscos de VIVER.
Os dentistas sugerem consumo consciente do açúcar e higienização dental.
Os médicos sugerem dieta equilibrada, atividade física regular, boas noites de sono.
Os veterinários sugerem coisas diversas: dieta saudável (pena que a maioria dos vets clínicos desconhece a raw diet e seus benefícios), vacinação em dia, vermifugação preventiva, fipronil mensal. Além disso, muitos sugerem que os proprietário não passeie na rua com o cão, pois há riscos dele ser picado por um carrapato e contrair erlichiose ou babesiose, cheirar xixi de outro cachorro e pegar não sei o que, pisar no chão da rua e carregar em suas patinhas ovos de também não sei o que para casa… Sugerem que o cão não ande de carro, porque também, não sei porque!
Enfim, muitos veterinários sugerem que seus proprietários criem seus cães dentro de casa, em uma redoma social.
Por algum tempo, tentei sem sucesso criar meus cães desta maneira também.
Até perceber que ao protegê-los do mundo “lá fora”, eu não estava protegendo-os deles mesmos.
Os passeios diários na rua, o encontro com diversas pessoas, brincar com o bem tratado cachorro da vizinha, sair para levar e buscar meus filhos na escola de carro, todas essas atividades prenchem a vida de meus frenchies de alegria. Privá-los destas atividades deixou-os tristes e neuróticos: alguns começaram lamber compulsivamente as patas, outros latiam e, inclusive, alguns perderam o apetite.
A barriga já cresceu um pouquinho…
Está muito dorminhoca…
Está seletiva para comer…
Em outras épocas, a manteria trancada em casa, com receio de que algum micróbio maligno nos desse uma rasteira. Como os tempos agora são outros, levamos os meninos à escola hoje cedo e demos uma voltinha a pé para comprar o jornal. Na banca, o jornaleiro fez festa para ela, lhe deu um pedacinho de pão com manteiga e, nós duas, voltamos muito felizes para casa. Qualidade de vida é tudo!
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