A leishmaniose visceral canina é transmitida pela picada do “mosquito palha” infectado. Diz-se que ela não tem cura microbiológica, mas tem cura clínica. Isso significa que o micro-organismo que causa essa doença (o protozoário do gênero Leishmania) não pode ser eliminado do organismo infectado, porém, é possível uma convivência pacífica entre cão e protozoário quando se utiliza o tratamento apropriado – em alguns casos menos frequentes, o próprio organismo do cão desenvolve mecanismos próprios que impedem a doença de se manifestar, sem a necessidade de tratamento algum.

Cura clinica = ao exame clinico, o indivíduo que estava doente não apresenta mais sinais e sintomas da doença.
Cura microbiológica = aos exame laboratoriais não há mais a presença do micro-organismo que originou a doença infecciosa. 

A grande celeuma que envolve essa doença é a proibição governamental de tratá-la. Indica-se a eutanásia indiscriminadamente a todos os cães portadores da Leishmania – e é aí que a engrenagem emperra! 
Os cães tornaram-se membros da família e ninguém pratica eutanásia em um ser amado havendo tratamento disponível. Além disso, na vida real, a maioria das pessoas que não tem recursos para tratar seu cão, também não tem coragem de eutanasiá-lo. Você teria coragem de eutanasiar o seu? Vamos lembrar que apesar da eutanásia em massa acontecer há mais de uma década, a doença não sofreu nenhuma redução de prevalência. Isso demonstra que eliminar o cão portador não resolve o problema.
Revisitando a história, vemos que doenças transmitidas pela picada de mosquitos em regiões endêmicas (exemplos: leishmaniose, dengue, malária, etc.) nunca conseguiram ser controladas e a tendência delas é expandir território à medida que os mosquitos perdem seu habitat natural.
Se você pesquisar nossas postagens sobre leishmaniose desde os primórdios deste blog, vai perceber que nossa preocupação com essa doença é enorme, afinal residimos em BH-MG, região endêmica da leish. Também verá que para proteger nossos cães da picada dos mosquitos utilizávamos vacina, coleira Scalibor no pescoço, pipetas repelentes no dorso e Protector em todas as tomadas da casa, 24h por dia – sob recomendação veterinária. Jamais questionamos o controverso fato de usar inseticidas em meus cães para protegê-los!  
Quanta bobagem! Além de expormos os cães diariamente a inseticidas e ao envenenamento em doses homeopáticas, também expusemos a nós e a nossa família. E, apesar dos exagerados cuidados, tivemos cães com leishmaniose e conhecemos inúmeras pessoas na mesma situação nessa mesma situação.
Conclusão: a redoma de venenos não funciona. O mosquito pode muito mais que isso. 
Isso fez com que mudássemos totalmente nossa forma de encarar a leishmaniose canina visceral. Atualmente, pensamos que quem tem cães e reside em áreas endêmicas, precisa estar ciente do risco de ter um cão infectado pela Leishmania e precisa criar estratégias que fortaleçam a imunidade do cão. São elas:
– substituir os venenos inseticidas por alternativas atóxicas que sejam eficazes;
– investir em alimentação de qualidade (ração não é alimento de qualidade, ok?);
– investir na qualidade de vida do cão, porque o bem-estar é um protetor imunológico (indivíduos deprimidos adoecem mais facilmente).
É isso que fazemos.
Bela, Akin e Tigre. Desses 03 (três) cães, 02 (dois) tiveram leishmaniose, apesar dos nossos exagerados cuidados.

UPDATE 28/08/2016:


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CAMILLI CHAMONE

Pós-graduada em Genética e Biologia Molecular. Foi professora universitária federal de Biologia Celular e Genética. Criou buldogues franceses. Foi membro efetivo do Conselho Disciplinar do Kennel Clube de Belo Horizonte. Foi Diretora da Federação Mineira de Cinofilia. É editora do "Seu Buldogue Francês", o maior blog do mundo sobre buldogues franceses, e de todas as mídias sociais que levam esse nome. É palestrante e consultora sobre bem-estar e comportamento canino. Além disso tudo, é perdida e irremediavelmente apaixonada por frenchies.

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