O ligamento patelar controla a extensão dos movimentos patelares.
A patela também protege a articulação do joelho.


Todas as vezes que a patela encontra-se fora de sua articulação normal, diz-se que ela está LUXADA. A luxação de patela pode ser assim classificada (1): * Grau 1. Luxação intermitente. A patela volta ao seu lugar normal, rapidamente, após ser luxada manualmente.
* Grau 2. Luxação mantida, depois de ser luxada manualmente. Mas, a patela volta a seu lugar normal, com a manipulação da perna do animal.
* Grau 3. A patela é encontrada espontaneamente luxada, mas retorna ao lugar normal com reposicionamento manual.
* Grau 4. A patela está permanentemente luxada e não pode ser reposicionada.
(1) L’EPLATTENIER, H.; MONTAVON, P. Patellar luxation in dogs and cats: pathogenesis and diagnosis. Compend. Contin. Educ. Pract. Vet., v.24, p.234-239, 2002.
A articulação anormal da patela acaba provocando um desgaste das estruturas articulares do joelho, que provoca dores no cão. Por isso, é comum, cães que apresentam está alteração desde tenra idade, encontrar um posição de conforto para as patas traseiras, como na figura abaixo:
Eu já tive uma frenchie com luxação de patela bilateral – obviamente, excluída da reprodução – que, mesmo antes de fazermos o diagnóstico clínico, percebemos “algo estranho”: – desenvolvimento grande dos músculos da porção anterior do corpo, em detrimento dos posteriores, porque ela jogava seu peso para frente, para não sobrecarregar as patas traseiras;
– em consequência do acima descrito, seus metacarpos acabaram ficando um pouco cedidos;
– pernas em “bow-legged”, como na figura.
A articulação femoropatelar é, provavelmente, uma das articulações mais acessível ao exame físico. Portanto, para o diagnóstico da luxação de patela, basta o exame clínico. Esta articulação, também, pode ser examinada facilmente do ponto de vista de imagem (radiologia, tomografia, ecografia ou ressonância magnética). Estes exames são interessantes para diagnosticar os tipos de degeneração, não só da cartilagem, mas até do osso subcondral, quando existentes. Em alguns cães, o sulco troclear raso, a frouxidão dos ligamentos patelares e/ou a inserção ectópica de outras estruturas anatômicas relacionadas à dinâmica da articulação do joelho podem ser responsáveis pela luxação da patela. (= Luxação de patela genética)
A patela pode ser, também, luxada traumaticamente. Sabe-se que luxação de patela genética é provocada pela associação entre muitos genes (herança poligênica). Em buldogues franceses, fatores como, pernas curtas, musculatura pesada e potente, angulação limitada entre fêmur e tíbia durante a movimentação, associados ao hábito de ficar pulando sobre as patas traseiras e/ou o esforço imposto às pernas durante a monta natural, podem predispor o cão a ter a patela luxada.
Pequenos e constantes traumas lesam as fibras do ligamento patelar, paulatinamente, até que ocorra a luxação.

Ponto D = articulação do joelho

É importante lembrar que: – Em programas reprodutivos, cães que apresentam luxação de patela, desde tenra idade, não devem ser utilizados;
– Cães normais, mas que transmitem a doença à prole, devem ser excluídos do programa reprodutivo;
– Filhotes em crescimento, cadelas no cio e cadelas prenhes apresentam as articulações corpóreas mais flexíveis. Portanto, nestas fases, o diagnóstico pode não ser preciso.]]>

 

 

 

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CAMILLI CHAMONE

Pós-graduada em Genética e Biologia Molecular. Foi professora universitária federal de Biologia Celular e Genética. Criou buldogues franceses. Foi membro efetivo do Conselho Disciplinar do Kennel Clube de Belo Horizonte. Foi Diretora da Federação Mineira de Cinofilia. É editora do "Seu Buldogue Francês", o maior blog do mundo sobre buldogues franceses, e de todas as mídias sociais que levam esse nome. É palestrante e consultora sobre bem-estar e comportamento canino. Além disso tudo, é perdida e irremediavelmente apaixonada por frenchies.

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