Por Camilli Chamone e Sylvia Angélico
Há algum tempo atrás, levantou-se a questão do crescimento econômico da bovinocultura de corte não estar conciliado ao crescimento do bem-estar social e preservação do ambiente natural, emergindo discussões sobre desenvolvimento sustentável, ou ainda, sobre a sustentabilidade dos processos produtivos adotados. Do dia para a noite, os bois tornaram-se grandes vilões, sendo responsáveis por emitir quantidades absurdas de metano na atmosfera e por devastar grandes florestas. Por conta disso, um enorme exército de anti-bovinos e novos vegetarianos foi formado. 

Nada contra o vegetarianismo. Eu, mesma, adoraria ter hábitos alimentares mais saudáveis.
Mas, se a única motivação do indivíduo for ecológica, dentro do conceito global de sustentabilidade, acredito que pode-se fazer muito mais pelo meio ambiente e, também, pelo social, através de formas muito simples, como, por exemplo, utilizando o transporte coletivo ao invés do carro particular. Certa vez, recebi um e-mail que dizia o seguinte:

Sei que a opção por uma alimentação vegetariana é minha e tem como base certas convicções, e nao vou mentir e dizer que mexer diretamente com carne não me incomodara. Certamente, ficarei pensando em quantas pessoas passaram fome para que aquele boi fosse alimentado, ou quantos mil litros de água foram gastos para a sua formação. A ração, apesar de não ser tão saudável representa um aproveitamento de certos materias que seriam jogados fora, e isso, para mim, parece ecologicamente mais correto do que alimentar o meu animal diretamente com carne. Nesse aspecto prefiro fazer uma ponderação para atender as necessidades tanto do meu animal, quanto da natureza.

Nesta ocasião, eu não quis me delongar neste assunto, mas pensei o óbvio: Por que a atividade industrial, principal responsável pela emissão de gases na atmosfera/poluição/efeito estufa está sendo desconsiderada neste discurso?
  •  E a água excessivamente consumida nos processos industriais?
  •  Que fim (ecológico) leva o plástico das embalagens, que naturalmente consome mais de 100 anos para decompor-se?
  • Alguém já parou para pensar no estrago e na devastação ambiental que as culturas de soja e milho produzem? Se é para parar de comer carne bovina por questões ambientais, também, aconselho parar de comer soja e milho, pelas mesmas razões. A propósito, rações para cães contém muita soja e milho.
  • De onde vem o agrotóxico utilizado na agricultura?
  • Ainda deve ser considerado que, se um animal ficar doente com mais frequência, em função de uma dieta industrializada, ele consumirá mais água, mais medicamentos industrializados, mais plástico, mais algodão, mais papel, etc.
Um planeta sustentável não depende apenas de deixar de comer carne, depende de um conjunto de atitudes coerentes.
Tenha em mente, por exemplo, que:
  • Tendo filhos – e, diretamente, aumentando o consumo-, as pessoas estão produzindo um impacto ambiental negativo, 
  • Andando de carro próprio, ao invés de utilizar o transporte coletivo, as pessoas não estão contribuindo para o desenvolvimento sustentável do planeta,
  • Uma relaxante hidromassagem, antes do banho, pode custar – no mínimo – 300 litros de água pura e cristalina,
  • O ouro e as pedras preciosas/semi-preciosas – sonho de consumo de muitas pessoas – não são obtidos por processos sustentáveis.Confira, lendo aqui.  
  • Muitas culturas são agressivas ao solo e desmatam, portanto não contribuem para o desenvolvimento sustentável do planeta;
  • A atividade industrial contribui para a emissão de gases tóxicos na atmosfera e poluição das águas, sendo a maior responsável pelo efeito estufa;
  • A castração de animais de companhia e a posse responsável reduzem o número de cães e, também, contribuem para reduzir o impacto negativo no ambiente;
  • O combate à obesidade humana e animal, também, é importante, porque há muitas pessoas e animais comendo por dois ou mais indivíduos;
  • A Ana Corina, do Mãe de Cachorro Também é Mãe, publicou dicas sensacionais para economizar na alimentação natural, oferecendo alimentos “de descarte”, porém de ótimo valor nutricional para pets. Isso é uma atitude sustentável!
  • Existe alternativa de dieta vegetariana para cães, como essa: http://www.cachorroverde.com.br/vegetariano.php  – mas é preciso ficar de olho e visitar o veterinário para check-ups regulares, já que essa dieta não é a opção mais fisiológica para carnívoros como os caninos;
  • Pessoas que possuem uma grande quantidade de cães, ou cães de grande porte, podem optar por uma dieta menos carnívora;
  • As pessoas que se preocupam muito com essa questão e se sentem incomodadas com o manuseio de carnes e vísceras podem cogitar a aquisição de pets herbívoros, como aves, coelhos, porquinhos-da-Índia e hamsters.

Talvez, comer menos, comer com moderação, sem desperdícios, apoiar as criações free-range, caipiras e as culturas livres de agrotóxicos, seja um bom caminho.
Michael Pollan, em “O Dilema do Onívoro”, já mostrou que deixar de comer carne não é a solução.
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CAMILLI CHAMONE

Pós-graduada em Genética e Biologia Molecular. Foi professora universitária federal de Biologia Celular e Genética. Criou buldogues franceses. Foi membro efetivo do Conselho Disciplinar do Kennel Clube de Belo Horizonte. Foi Diretora da Federação Mineira de Cinofilia. É editora do "Seu Buldogue Francês", o maior blog do mundo sobre buldogues franceses, e de todas as mídias sociais que levam esse nome. É palestrante e consultora sobre bem-estar e comportamento canino. Além disso tudo, é perdida e irremediavelmente apaixonada por frenchies.

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