(Este texto foi escrito pela médica veterinária Lori Hunt e integralmente traduzido por nós)

Os buldogues franceses são cães braquicefálicos e apresentam desafios anestésicos. Isso não é novidade para os seus fãs devotados! Entretanto, às vezes, pode ser para os seus veterinários. Frenchies (esse é o apelido carinhoso desses cães) têm focinho achatado, narinas estreitas, traqueia estreita e vias aéreas muito firmes, que, por sua vez, criam particularidades no procedimento anestésico.
Infelizmente, todos nós temos ouvido histórias terríveis de buldogues franceses que morreram durante a anestesia. Parece que, ultimamente, essas histórias estão se tornando ainda mais frequentes. Isso leva-me a compartilhar meu próprio protocolo anestésico, que utilizo em meus frenchies e nos frenchies dos meus clientes.
Sobre a autora: Sou veterinária clínica na cidade de Westlake/Ohio/EUA. Tenho grande interesse em reprodução e em raças braquicefálicas. Por mais de 15 anos, tenho sido criadora de buldogues franceses, médica veterinária de centenas de frenchies e consultora de muitos casos sobre buldogues franceses em todo o mundo. O protocolo que indicarei não é, de maneira alguma, o único para anestesiar seguramente os cães dessa raça, entretanto espero que encoraje os proprietários a abrir um franco diálogo sobre procedimentos anestésicos e sobre as idiossincrasias da raça com o médico veterinário.
Respeitosamente,
Lori Hunt, médica veterinária

Lori Hunt, médica veterinária e renomada criadora de frenchies
Protocolo anestésico da Drª Lori Hunt
Exigências:
Jejum de sólidos nas 12 (doze) horas que antecedem a cirurgia. Isso é essencial! Se seu cão comer durante este período, cancele a cirurgia. Vômitos e aspiração podem ser efeitos devastadores, se o cão não jejuou. POR FAVOR, informe seu vet sobre a importância dessa exigência, porque isso afeta a recuperação pós-operatória do buldogue francês.

Recomendações:
  • No pré-operatório (cirúrgico ou diagnóstico), faça os exames de tempo de coagulação, perfil bioquímico completo e hemograma;
  • No pré-operatório (cirúrgico ou diagnóstico), a radiografia de tórax é sempre recomendada, por mim, para cães braquicefálicos, especialmente se o cão tem problemas respiratórios crônicos;
  • Certifique-se de que um cateter intravenoso será colocado antes do ato cirúrgico. Idealmente, a todos os cães serão administrados fluidos intravenosos no transoperatório.
Opção anestésica de excelência
Para a anestesia, usar o indutor anestésico propofol, entubar (colocar um tubo de respiração na traqueia) e manter o buldogue francês no gás anestésico (isoflurano ou sevoflurano). [isso é conhecido como anestesia inalatória]
Opções anestésicas satisfatórias:
  • Ketamina combinada com diazepam (Valium);
  • Butorfanol (sedativo suave para procedimentos de curta duração, como um raio-x). Também é chamado de Torbugesic ou Torbutrol;
  • Dexdomitor (reversor anestésico/sedativo e uma excelente escolha para pré-anestésicos no lugar da acepromazina).

Use com cuidado:
  • Tiopental;
  • Telazol;
  • Hidromorfona.
NÃO dê a frenchies:
  • Acepromazina (sedativo);
  • Pentobarbital (anestésico injetável);
  • Xilazina (sedativo);
  • Halotano (gás anestésico).
Medicação associada à anestesia: 
Esses medicamentos fazem parte das “opções anestésicas de excelência” listadas acima, porém recomendadas para procedimentos mais longos:
  • Injeção de famotidina (Pepcid) ou ranitidina (Zantac) para ajudar a reduzir náuseas e vômitos pós-operatórios, diminuindo os riscos de aspiração;
  • Dexametasona pode reduzir o edema pós-operatório e tornar a recuperação mais rápida nos casos em que a garganta do cão foi irritada pela entubação, quando o cão apresenta palato mole alongado ou após a cirurgia de palato. Uma única injeção pode ser administrada nestes casos.
Intubação X Máscara de gás: 
TODO cão braquicefálico que passa por procedimento anestésico deve ter um tubo endotraqueal colocado em sua traqueia. Sempre! As vias aéreas devem ser protegidas em todos os momentos. O tubo endotraqueal deve ser mantido até que o cão esteja acordado. Use propofol intravenoso (ou uma das outras drogas satisfatórias listadas acima) para induzir a anestesia – o propofol permite que haja tempo suficiente para colocar o tubo endotraqueal. A partir de então, a anestesia é mantida com sevoflurano ou isoflurano.
Raças braquicefálicos, como o buldogue francês, NUNCA devem ser induzidas com máscaras de gás.
A máscara costuma ser usada no focinho de um cão acordado ou levemente sedado para imobilizá-lo. O gás inalante, que tem um cheiro muito ruim, é dado em níveis elevados e, à medida que o cão o respira, fica sonolento.
O problema de utilizar as máscaras em frenchies é que ela pode torná-los muito ansiosos – ao tentar tirar a máscara, os buldogues podem desenvolver um quadro de dificuldade respiratória nesse espaço de tempo. A maioria dos frenchies apresenta problemas quando utilizam a máscara, o que agrava a situação anestésica, porque resulta em diminuição do oxigênio circulante. O ideal é usar  sedativos injetáveis e inserir o tubo endotraqueal, que fica ligado à máquina anestésica e promove o suprimento necessário de oxigênio. 





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CAMILLI CHAMONE

Pós-graduada em Genética e Biologia Molecular. Foi professora universitária federal de Biologia Celular e Genética. Criou buldogues franceses. Foi membro efetivo do Conselho Disciplinar do Kennel Clube de Belo Horizonte. Foi Diretora da Federação Mineira de Cinofilia. É editora do "Seu Buldogue Francês", o maior blog do mundo sobre buldogues franceses, e de todas as mídias sociais que levam esse nome. É palestrante e consultora sobre bem-estar e comportamento canino. Além disso tudo, é perdida e irremediavelmente apaixonada por frenchies.

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