Por Camilli Chamone e Sylvia Angélico
Desde que o Cachorro Verde entrou no ar, há mais de 2 anos, sou testemunha do número crescente de adeptos a essa dieta. Inclusive, me arrisco a dizer que a quadrilha dos frenchies deve ser o maior bando de comedores naturebas, quando comparados a outras raças, e tenho muito orgulho de ter uma pontinha de participação nisso! Como não me canso de dizer, meus orelhudos são frenchies 100% verdes há mais de 2 anos e todos os filhotes que saem daqui são encaminhados a lares que poderão seguir a mesma dieta. Não penso duas vezes em dizer que oferecer alimentos naturais é 1 milhão de vezes melhor que oferecer  qualquer ração disponível no mercado nacional e internacional, incluindo aí as rações grain-free, como a Orijen, por exemplo. Também acredito que a alimentação crua seja superior à cozida porque os meaty bones são armas poderosas na prevenção de doenças periodontais e os ossos recreacionais estimulam os cães. Além disso, o não cozimento das carnes impede que as vitaminas e sais minerias sejam perdidos durante o período da cocção. Entretanto, agora que a alimentação natural está se tornando mais popular, ficam mais evidentes os erros mais comuns cometidos nesta dieta também. E é sobre isso que quero falar!
Vamos lá?
1. Iniciar a alimentação natural sem ler nada sobre o assunto
AN não é nada prática como a ração industrializada. Para oferecer a ração, basta comprar o pacote, abrir, medir e colocar no comedouro. O que vem depois, são outros quinhentos… Quem quer oferecer alimentação natural para seu cão deve saber o que são meaty bones, quanto dar, riscos, benefícios e, principalmente, deve saber que são poucos os vets que sabem que essa dieta existe. Portanto, para estar 100% certo da decisão de oferecer a dieta ao cão, é preciso buscar conhecimento.
Quer começar? Sugiro devorar demoradamente, destrinchando cada pedacinho do site www.cachorroverde.com.br. Só depois, comece.



2. Não fazer a fase de transição entre ração e alimentação natural
Confesso que eu cometi este erro há 2 anos! 🙂
O ideal é que ocorra a diminuição gradativa da ração e aumento gradativo do consumo da alimentação natural na dieta do cão, durante 1 semana – isso evitará que seu cão e você sofra qualquer susto intestinal ou estomacal, já que vômitos devidos à transição abrupta são bastante comuns. Como eu “queimei” essa etapa e passei meus cães diretamente para a AN, 02 (dois) deles tiveram uma diarréia bem forte daquelas de pintar as paredes da casa, escura e muitoooooooo fedorentaaaaaa, que durou em torno de 1 semana.
Tom Lonsdale diz que esse quadro pode ser chamado de diarreia de desintoxicação. Sylvia Angélico relata que a diarreia de desintoxicação pode ser evitada com a introdução gradativa da AN. Segundo ela, o quadro de diarreia ocorre porque a microbiota intestinal está acostumada a uma monodieta cozidíssima à base de carboidratos (ração).
Portanto, para que as microbiota intestinal possa se acomodar à nova dieta, é preciso que ela seja introduzida paulatinamente, uma vez que a dieta crua possui rica microbiota própria (inclusive potencialmente patogênica), de pH e substratos diferentes, muito mais gordurosa e protéica.
3. Não ter uma balança para pesar a quantidade certa de meaty bones e carnes
Suponha que você esteja de dieta e seu nutricionista tenha prescrito:
Desjejum:
– 75g de aveia
– 25g de linhaça
– 100g de iogurte desnatado
Me responda: Como você calcularia essas medidas sem uma balancinha?

Portanto, acredite, com alimentação natural, é a mesma coisa, principalmente para quem está começando. É muito difícil acertar nas quantidades de alimento, sem ter uma balança para ajudar!
Mesmo depois de 2 anos de AN, eu não saberia alimentar meus frenchies sem a ajuda da balança.

4. Oferecer ração e alimentação natural ao mesmo tempo
Essa é uma prática aceitável apenas durante a fase de transição para a alimentação natural.
Misturar as duas dietas não é saudável! É importante lembrar que ração e AN possuem cálcio, o excesso de cálcio a longo prazo pode levar, inclusive, à formação de cálculos renais, entre outros danos. Ração e AN possuem fósforo, o excesso de fósforo, a médio-longo prazo, sobrecarrega os rins, podendo levar à insuficiência renal. Você deseja isso ao seu pet?
Se você é adepto a esta prática, leia este importante artigo sobre o tema.

5. Não individualizar as porções, quando há mais cães em casa
Cada porção, de cada cão, deve ser individualizada, de acordo com suas necessidades físicas.
Para quem tem muitos cães, que possuem pesos distintos, não há como oferecer a mesma quantidade de comida para todos!
Solução? Oferecer só ração, porque é mais fácil de medir, ou sentar-estudar-calcular a quantidade certinha para cada um.
Você ganhou mais que eu, amigão!
6. Fazer uso da dieta natural, mas não oferecer meaty bones ou outra fonte de cálcio
Por questões culturais, há pessoas que tem bastante medo de oferecer ossos crus a seus cães. Eu mesma sou bastante cuidadosa neste quesito! Tenho preferência por oferecer ossos mais rombóides e macios, como os ossos do dorso, pescoço, cabeça e asa de frango.
Entretanto, se mesmo após ler este artigo, você não se sentir seguro em oferecer ossos carnudos crus (meaty bones) para seu cão, outra fonte de cálcio deve entrar na dieta. Uma sugestão é a utilização de pó de casca de ovos  em uma dieta caseira sem meaty bones.

7. Iniciar a alimentação natural em períodos especiais da vida do cão
O cão acaba de voltar de uma internação hospitalar, ainda está debilitado e o proprietário, para animá-lo, resolve mudar a dieta. Bom? Não!
Melhor aguardar até que o cão esteja disposto e possa responder adequadamente às inovações dietéticas.
A mesma dica serve para cadelas gestantes. Eu não faria a transição da dieta durante a gestação, por mais que saiba dos benefícios da AN.


8. Acreditar que alimentação natural é sobra do almoço
E meaty bones são sobras do frango assado! #FAIL
Se você optar por esta dieta, saiba que terá mesmo que providenciar alimentos para seu cão, assim como providencia para você e sua família. A dieta é balanceada, adequada às necessidades fisiológicas do cão. AN não é intermediária do lixo!

9. Não respeitar as quantidades sugeridas e oferecer mais  que o necessário
Afinal, parece tão pouquinho!
A alimentação não deve ser encarada como um investimento imediato e, sim, a longo prazo. Imagine o que acontecerá se, diariamente, você ingerir mais açúcar do que o recomendado? Além de ganhar uns quilos extras, com o passar dos anos, seu pâncreas “cansará” de trabalhar as horas extras e tirará férias prolongadíssimas – diabete a vista!
Portatanto, não abuse da função renal do seu cão. Os rins se cansam quando a proteína é utilizada em excesso por longos períodos. E, insuficiência renal, não é nada divertido.
10. Permitir que o cão roa o osso recreacional o dia inteiro
Osso recreacional é ótimo para a saúde periodontal!
Quando o cão rói ele também promove a limpeza dos dentes e impede a formação do tártaro. Na verdade, como dentista, também acredito que remova os pequenos tártaros. Entretanto, ossos recreacionais devem ser oferecidos por períodos curtos de tempo – aproximadamente 1 (uma) hora -, ou seja, o tempo que o cão gastará para roê-lo tentando remover as poucas lascas de carne que ainda restam ali. Não raro ocorrem fraturas dentais em cães que roem ossos por tempo prolongado.
Para quem tem 2 (dois) ou mais frenchies, recomendo a oferta dos ossos recreacionais apenas dentro do crate. Eles se tornam bastante obscessivos com os ossos e não raro querem possuir os ossos alheios!
11. Falta de variação – monodieta. 
Oferecer AN não é servir exclusivamente uma única peça de frango como meaty bone, somente fígado como víscera, apenas uma dada carne bovina, e sempre cenoura como fonte de fibras. A riqueza da AN está em suas múltiplas combinações e na variedade que ela permite no dia-a-dia. Não existe e nunca existirá fórmula definitiva. Para obter toda a extensão dos benefícios da dieta sugiro oferecer de tudo: frango, peixes, carne bovina, suína, ovos, rim, fígado, moela, coração, frutas, legumes, iogurte, etc.]]>

 

 

 

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CAMILLI CHAMONE

Pós-graduada em Genética e Biologia Molecular. Foi professora universitária federal de Biologia Celular e Genética. Criou buldogues franceses. Foi membro efetivo do Conselho Disciplinar do Kennel Clube de Belo Horizonte. Foi Diretora da Federação Mineira de Cinofilia. É editora do "Seu Buldogue Francês", o maior blog do mundo sobre buldogues franceses, e de todas as mídias sociais que levam esse nome. É palestrante e consultora sobre bem-estar e comportamento canino. Além disso tudo, é perdida e irremediavelmente apaixonada por frenchies.

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