Estadão publicou uma reportagem sobre o possível encoleiramento dos cães, com coleiras repelentes do mosquito-palha, para que fossem protegidos da leishmaniose:
“Uma nova estratégia para combater o avanço da leishmaniose no País passa a ser avaliada pelo Ministério da Saúde: a distribuição de coleiras caninas com repelente para o mosquito transmissor da doença. A ideia é fazer um estudo-piloto e, se a medida for de fato eficiente, uma ação de maiores proporções poderia ser desencadeada. (…).”
O encoleiramento em massa também já foi sugerido, anteriormente, em cidades onde a doença é endêmica. É indiscutível que a coleira com deltametrina (principalmente se associada a outros métodos preventivos) é eficiente. Entretanto, que fique clara a minha objeção: Se durante o encoleiramento em massa não forem tomadas medidas radicais de contenção da reprodução do mosquito, este método será um tiro nos pés. Por que? Porque caso a população de mosquitos continue a aumentar, eles deixarão de se alimentar de sangue de cães, para se alimentar sangue de humanos. É a lei da sobrevivência! Porque as gerações de mosquitos ocorrem em intervalos curtos e nada impede que ocorra o rápido desenvolvimento de mosquitos resistentes à deltametrina e/ou derivados, em função das pressões seletivas. Isso sim seria uma tragédia!