“Oi Camilli, estou acompanhando seu blog, ansiosa com o nascimento dos bebês da Belinha! Por que vocês não fizeram a cesárea nela ainda?”


Se você está ansiosa, imagine como eu estou!!!
A temperatura da Bela está oscilando entre 37,5º e 37,8º desde segunda-feira e este é o primeiro sinal que o grande dia está próximo! Mas, “quão” próximo? De acordo com as 1ª e 2ª inseminações que fizemos na Belinha, a data provável do parto fica entre 30/09 e 05/10 – mas não podemos afirmar se a fecundação aconteceu no mesmo dia da inseminação ou alguns dias depois… Fazer a cesárea antes da hora é um risco enorme, pois o pulmãozinho dos bebês pode não estar apto a funcionar aqui do “lado de fora”.
Portanto, para garantir a saúde dos bebês, fazemos ultra-sons diários que medem a frequência cardíaca dos filhotinhos (abaixo de 200 bpm = sofrimento fetal) e avaliam a movimentação das alças intestinais de cada bebê (sinal de amadurecimento fetal).
Belinha, pode voltar para casa, de novo…
Todos os nenéns já estão maduros e podem nascer, mas quando pressionamos as mamas da Belinha, não sai nem uma gota de colostro.
Durante o parto natural há um forte estímulo hormonal que faz com que as mamas secretem colostro.
Mas, frenchies nascem por cesárea! Se operarmos a Bela agora, os bebês correm o risco de terem que mamar leite artificial por um breve período. O problema é que, justamente neste “breve período”, 48h após o nascimento, a mãe passa a maior parte dos anticorpos aos filhotes através do colostro. Infelizmente, a absorção destes anticorpos cai muito após essas preciosas 48h.
São anticorpos contra parvovirose, cinomose, coronavirose e outras “oses”. Impossível privar os bebezinhos deste benefício. Então, como o batimento cardíaco dos nenéns está acima de 200 bpm, vamos aguardar e fazer outro ultra-som amanhã, às 13h! Se percebermos que o batimento caiu, fazemos o cesárea. Se o colostro da Belinha aparecer, fazemos a cesárea também! Mas, se tudo continuar na mesma… repetimos o ultra-som no domingo.
Bela, muito serelepe, voltando para casa, depois do ultra-som de hoje.
Agora, me expliquem: como é que alguns “criadores” conseguem ter 30 ninhadas de frenchies por ano?
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CAMILLI CHAMONE

Pós-graduada em Genética e Biologia Molecular. Foi professora universitária federal de Biologia Celular e Genética. Criou buldogues franceses. Foi membro efetivo do Conselho Disciplinar do Kennel Clube de Belo Horizonte. Foi Diretora da Federação Mineira de Cinofilia. É editora do "Seu Buldogue Francês", o maior blog do mundo sobre buldogues franceses, e de todas as mídias sociais que levam esse nome. É palestrante e consultora sobre bem-estar e comportamento canino. Além disso tudo, é perdida e irremediavelmente apaixonada por frenchies.

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