normal é capaz de arrepender-se de tê-los tido. Com o nascimento dos meus filhos descobri que a minha capacidade de amar, de me doar a alguém, é infinita e imensuravelmente superior a que eu acreditava possuir anteriormente a vinda deles a este mundo.
Principalmente por ter vivido essas experiências de amor supremo, tenho restrições pessoais à prática do aborto eletivo.
Além disso, tenho algumas convicções espirituais contra este ato, que não cabem ser relatadas aqui.
Entretanto, o que eu sinto e o que eu acredito não muda a nossa realidade.
Em 2007, o jornal O Globo publicou: A cada três crianças nascidas vivas no país, existe um aborto induzido, aponta o estudo Magnitude do Aborto no Brasil, da Organização Não-Governamental Ipas Brasil. Leia o resto da reportagem.
Os problemas decorrentes do aborto – ou da tentativa mal sucedida em praticá-lo – são questões de saúde pública e não pode mais ser ignorados e/ou misturados à crenças pessoais.
Lidar com este problema pela porta da frente, talvez seja a melhor maneira de minimizar danos coletivos.
(…)
Resolvi iniciar essa discussão com este tema, que para mim é muito pesado, para abordar outro bastante discriminado: o dia em que alguém precisa doar seu cão.
Quem acompanha o blog sabe que todo o meu trabalho aqui é voltado para a posse responsável. Sabe como eu defendo a seleção de lares para pets afim de diminuir a taxa de abandono. Sabe que eu defendo a castração como, também, medida de controle populacional. Entretanto, eu seria estúpida e míope se fechasse os olhos para a realidade que nos cerca.
Muitas famílias, por motivos diversos, não podem mais manter determinado cão. Inclusive muitas famílias legais, constituídas de pessoas dignas e responsáveis. A realidade é que para que as contingências da vida de uma pessoa mude, basta que ela respire.
Provavelmente, muitas pessoas que estão lendo este post jurarão sobre o milho que nunca apoiarão o aborto e/ou nunca “abandonarão” seus cães-filhos. Congratulo arduamente a todos que pensam desta maneira e que agirão assim ao longo de suas vidas.
Mas, também sugiro que não utilizem de suas próprias convicções com partidarismo enfurecido contra quem muitas vezes não tem outras opções. Ao invés de atirar pedras em quem precisa fazê-lo, o que certamente é um processo doloroso para muitas famílias, lhes convido a minimizar os danos e apoiar atitudes construtivas.
Alguém precisa doar seu cão? NÃO MARGINALIZE! NÃO JULGUE!
Resolva o problema do cão, porque isso é o que verdadeiramente importa.
Ajude a encontrar um lar adequado, com pessoas comprometidas com a posse responsável, que irão acolher este cão e dar-lhe a vida digna que ele merece.
Oriente o atual proprietário a castrar seu cão antes de doá-lo (prefeituras fazem castrações gratuitas ou a baixo custo).
Se você quer ajudar um animal, ajude também o ser humano!