O vírus é conhecido oficialmente por parvovirus canino.  A doença foi observada, pela primeira vez, em 1978 e houve uma grande epidemia, quando morreram cães de todas as idades. O vírus sofreu “adaptaçoes” ao longo do tempo, e outras cepas do vírus apareceram desde então. Acredita-se que a parvovirus canino seja uma mutação do vírus do parvovírus felino, que provoca a panleucopenia felina.

Parvovírus Canino

O grupo de parvovírus é grande, quase todos os mamíferos tem o “seu próprio parvovírus” – incluindo humanos. Entretanto, e felizmente, cada vírus é específico para a espécie animal que ele irá infectar, ou seja, o parvovírus canino nunca irá infectar um homem. Os vírus, em geral, possuem um envoltório de lipídeos que protege o seu DNA (ou RNA). Entretanto, o parvovírus possui um envoltório estritamente proteico e é isso que o torna extremamente resistente no meio ambiente, inclusive a ação de desinfetantes. Quais os sinais da parvovirose canina? Depois de até 10 dias que o cão, não imunizado, entra em contato com o vírus, os sintomas aparecem.
Este vírus causa dano extremo ao trato intestinal, causando a descamação das células que revestem o intestino. Isso pode deixar o paciente propenso a infecções bacterianas secundárias. A maioria dos cães afetados tem entre 60 dias e 6 meses de idade, período que compreende a fase em que a vacina múltipla está sendo dada. Os sinais intestinais são:
  • Letargia
  • Vômitos
  • Perda de apetite
  • Diarréia – geralmente sanguinolenta, e muitoooooo mau cheirosa (possui cheiro característico de infecção pelo parvovirus)
  • Intussuscepção intestinal – é a invaginação do intestino sobre ele mesmo. É uma emergência!
  • Febre

O início dos sinais clínicos, geralmente, é súbito. Embora seja uma manifestação clínica menos comum, pode ocorrer grave inflamação e necrose (morte celular), do músculo cardíaco (miocardite). Os sinais cardíacos são:
  • Morte súbita
  • Choro, dificuldade respiratória, respiração ofegante
  • Extrema depressão
  • Fraqueza
  • Falta de apetite
  • Batimento cardíaco irregular
Os cães que sobrevivem a esta manifestação da parvovirose podem apresentar cicatriz no músculo cardíaco.
Como é transmitida? O parvovírus canino é altamente contagioso. É transmitido através do contato direto cachorro-cachorro, do contato do cão com fezes contaminadas, do contato do cão com ambiente e pessoas “sujas” com o parvovírus canino. O vírus facilmente contamina superfícies do canil, das tigelas de água e comida, coleiras, mãos e roupas de pessoas que manipulam os cães infectados. É resistente ao calor, umidade, frio e secagem, e pode sobreviver no ambiente por longos períodos de tempo. Mesmo pequenas quantidades de fezes contendo parvovírus pode servir como reservatórios ambientais do vírus e infectar outros cães que vêm para o ambiente infectado. Este vírus é facilmente transmitido de um lugar para outro, através dos pelos ou patas de cães contaminados ou através de gaiolas, sapatos ou outros objetos.
Viram como é importante não ir a uma clínica veterinária, desnecessariamente, quando se tem um filhotinho?
Precisa vaciná-lo? Chame o veterinário a sua casa, ANTES dele começar o seu dia de trabalho.
Como diagnosticar um cão com parvovirose?
Infecções gastrointestinais não raro acometem filhotes. Entretanto, a diarreia provocada pelo parvovírus parece ter características bem típicas – um veterinário clínico experiente será capaz de fazer o diagnostico baseado na clínica.
Para confirmar o diagnóstico através de exames laboratoriais, pode-se utilizar a dosagem de IgM para o parvovírus canino.
Como prevenir?
A primeira prevenção consiste em promover o aleitamento natural dos filhotes. O colostro materno fornece  uma imunidade imediata, porém, temporária. Os anticorpos maternos contra a parvovirose, no organismo do filhote, irão durar por, aproximadamente, 14 semanas, em níveis decrescentes.
No entanto, os anticorpos maternos são uma faca de dois gumes, pois protegem o cão contra a doença no início da vida, mas também bloqueiam a imunização ativa (vacinação). Por isso, é importante iniciar a vacinação quando o nível de anticorpos maternos estiver baixo. Aqui, iniciamos a vacinação com 9-10 semanas de idade. 
Vacinação, como dito, é a segunda maneira mais importante de proteger um filhotinho. Trinta anos depois da primeira epidemia canina de parvovirose, é raríssimoooooo encontrar cães adultos afetados pelo parvovírus por 2 razões: a maioria já está naturalmente imunizada, ou pelas vacinas, ou pela imunização natural, promovida pelo ambiente.
Há comprovação científica suficiente que demonstra que, após a dose de reforço, com 1 ano de idade, a vacina contra parvovirose provê imunidade de, no mínimo, 3 anos. Outros artigos mais recentes já sugerem imunidade vitalícia.  Não há nenhum artigo científico que comprove ou sustente a melhor eficácia da vacinação anual contra a parvovirose.
Evitar contato com cães contaminados e aglomerações caninas é importantíssimo para quem quer evitar trazer o parvovírus para casa. Recentemente, li o relato de uma criadora que perdeu uma ninhada inteira de frenchies contaminados pelo herpes virus, provavelmente trazido por seu outro frenchie (saudável, portador) de uma exposição cinófila. Portanto, quem tem filhotes em casa, deve MESMO manter os outros cães reservados, evitar visitantes e manter um altíssimo padrão de higiene.
Existe tratamento?
O tratamento é de suporte, ou seja, apenas para tratar os problemas causados pelo parvovírus até que o sistema imunológico do cão consiga eliminar o vírus. Por isso, a utilização de antibióticos que tratam a infecção intestinal secundária é comum, fluidoterapia para evitar a desidratação, medicação para controle de vômitos, etc.

Embora o prognóstico seja reservado, principalmente para cães muito novinhos, quanto mais cedo o cão for internado, maiores as chances de que ele se recupere. Tratamento domiciliar não é uma boa idéia.
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CAMILLI CHAMONE

Pós-graduada em Genética e Biologia Molecular. Foi professora universitária federal de Biologia Celular e Genética. Criou buldogues franceses. Foi membro efetivo do Conselho Disciplinar do Kennel Clube de Belo Horizonte. Foi Diretora da Federação Mineira de Cinofilia. É editora do "Seu Buldogue Francês", o maior blog do mundo sobre buldogues franceses, e de todas as mídias sociais que levam esse nome. É palestrante e consultora sobre bem-estar e comportamento canino. Além disso tudo, é perdida e irremediavelmente apaixonada por frenchies.

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