Texto de Marcelo Uchoa, médico veterinário e criador de buldogues franceses.
NÃO EXISTE VACINA contra a dirofilariose canina.
Estive bastante reflexivo esses dias sobre fazer ou não um post sobre a forma como a midia vem tratando a questão da dirofilariose canina, particularmente, no que diz respeito a uma possivel VACINA contra o parasito.
A Dirofilariose canina é uma doença de ocorrência mundial, cujo vetor são mosquitos hematófagos (Culex, Aedes, dentre outros) que inoculam formas filaricidas na corrente sanguinea. Essas formas migram para formas adultas parasitárias cardio-respiratórias. Existem dois momentos distintos da doença: a forma de filárias circulantes na corrente sanguinea e a apresentação de vermes adultos parasitando o sistema cardio respiratório.
Vacina é definido como uma suspensão de agentes patogênicos, mortos ou atenuados, que ao ser introduzida, em um organismo, estimula o sistema imune a fim de promover a formação de anticorpos contra determinado agente infectante. O que a midia vem divulgando como VACINA é um medicamento, uma lactona macrocīclica, uma Milbemicina (moxidectina) de longa ação no organismo, um tratamento parasitário de longa ação.
Cães que tenham mutação no gene MDR-1, particularmente collies e raças correlatas que apresentam sensibilidade a ivermectina também podem apresentar sensibilidade a milbemicina, segundo diversos artigos publicados internacionalmente. Porém, qualquer raça pode apresentar sensibilidade e não há antidoto especifico em casos do animal apresentar sensibilidade.
Não estou afirmando que o medicamento não deva ser usado, mas os tutores devem estar cientes dos riscos e principalmente devem saber que NAO SE TRATA DE UMA VACINA e, sim, de um medicamento que pode apresentar riscos importantes para a saude dos cães.