Prezada Ana Maria Braga, antes de discorrer sobre o assunto que me traz aqui, gostaria de parabenizá-la pelo seu sucesso.
Você é unanimidade nas manhãs de muitas mamães, titias, vovós, papais, titios e vovôs – até os adolescentes e as crianças curtem assistir o seu programa. Como pessoa pública queridíssima, presente em milhares de lares de todas as classes sociais diariamente, você pode imaginar o peso de suas palavras, para cada um dos seus fiéis telespectadores, não é mesmo? É um poder imenso que você tem nas mãos, conquistado pelos seus próprios e merecidos méritos. Por isso lhe escrevo agora. Sou criadora de cães, portanto, não tenho nada contra a reprodução dos mesmos. Adoro cães de raça e sem raça – ou multirraças, como prefiro dizer. Entretanto, a situação de grande parte dos cães no Brasil é deplorável.
Os abrigos particulares, as ONGs e o Centros de Controle de Zoonoses  do governo (CCZs) estão abarrotados de cães abandonados, cães que nasceram nas rua, cães doentes.
De onde vieram estes cães? Com certeza, da procriação inescrupulosa, sem critérios e/ou da colocação dos cães em lares inadequados, resultando em abandono. Você sabia que nos EUA, 68% da população canina vem de pessoas que procriam seus cães domesticamente, sem nenhum propósito com o melhoramento da raça? Imagine o que acontece aqui no Brasil! A propósito, essas pessoas são chamadas de “criadores de fundo de quintal” em todas as traduções, de todos os idiomas.
Pois então, sendo você a voz que conduz, em um meio de comunicação de massa, que tal contribuir com campanhas que promovam a educação da população ao invés de induzir as pessoas a reproduzirem seus cães em casa?
Motivos para isso? Vários!
– controlar a superpopulação de cães;
– diminuir o número dos cães abandonados que residem sofridamente em abrigos e nos CCZs;
controlar o avanço da leishmaniose canina e da leishmaniose humana;
– controlar o avanço de outras zoonoses (verminoses, micoses, raiva etc.)
Por mais incrível que possa parecer, a maioria das pessoas não dimensiona os desdobramentos sociais que um simples acasalamento pode gerar. Acredito eu, por ignorância mesmo. Mas você pode ser a voz da  lucidez para essas pessoas!
Quando você acasalou sua Belinha, anos atrás, muitas pessoas decidiram acasalar suas Belinhas, sabia disso?
Qual será o resultado disso hoje? Onde estarão estes filhotes? E os filhos e netos e bisnetos destes filhotes?
Estarão todos em lares amorosos ou estarão eles largados em um quintal qualquer, privados de cuidados básicos ou abandonados nos CCZs ou em gaiolas imundas, reproduzindo sem parar, nas mãos dos fabricantes de filhotes? Hoje, assisti uma matéria do seu programa que me deixou profundamente triste, desconsolada, desolada, arrasada…
Essa matéria mostrava o acasalamento entre 02 (dois) cães da raça que eu defendo com unhas e dentes, e adoro apaixonadamente, o bulldog francês.
Infelizmente, nossos amados frenchies tornaram-se cães da moda e estão sendo reproduzidos inescrupulosamente, sem muitos critérios, por muitas pessoas. Por isso, todos os dias, religiosa e prazerosamente, escrevo neste blog e espero poder divulgar a posse responsável ao maior número de pessoas possível. Tenho obtido êxito neste trabalho de formiguinha! Mas, ao assistir o seu programa de hoje, juntamente com outras tantas milhares de pessoas, ficou claro que o proprietário da buldoguinha francesa não é criador de cães, é apenas alguém querendo ter filhotes da sua cadelinha – vulgo, criador de fundo de quintal. É… o nome é feio, mas, infelizmente, é isso que ele é.
E era você quem estava lá.  Tristemente, nocauteando um trabalho tão suado de educação coletiva que eu e outras muitas pessoas tentamos fazer. Você atingiu, de uma vez, milhares de pessoas – deseducação em massa. Strike! Não sei se você sabe, mas antes do acasalamento entre um casal de bulldogs franceses, faz-se as radiografias de coluna, radiografia de quadril, exame oftalmológico, alguns exames de sangue específicos – inclusive aqueles para saber se nenhum dos dois tem brucelose ou leishamniose, pois essas doenças são sexualmente transmissíveis. Mas, qual era a preocupação principal do proprietário da buldoguinha? Encontrar um macho que tivesse a cor creme, porque ela é “rara” – e, diga-se de passagem, mais cara também.
Melhoramento da raça mandou tristes lembranças.
Exemplo a seguir mandou póstumas lembranças. Me desculpe, Ana Maria.
Você é uma pessoa muito amada, mas incentivar a procriação doméstica dos cães é um desserviço à sociedade. Quem sabe, agora que a sua Sombrinha está inseminada, você aproveita a oportunidade para se retratar e mostra que vai castrar todos os seus filhotinhos, porque está ciente que é importante não contribuir deliberadamente com o aumento da população canina e suas terríveis consequências? Adoraria ver você falando às pessoas que cada um deve ser digno do animal de estimação que tem. Um animal castrado não é menos digno de um inteiro. Educar é tudo de bom! Um abraço, Camilli Chamone >>> Links relacionados:


Em 07/02/2011, Ana Maria Braga retificou sua conduta em seu programa. Leia mais no texto: Ana Maria Braga fala sobre castração de cães. .
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    CAMILLI CHAMONE

    Pós-graduada em Genética e Biologia Molecular. Foi professora universitária federal de Biologia Celular e Genética. Criou buldogues franceses. Foi membro efetivo do Conselho Disciplinar do Kennel Clube de Belo Horizonte. Foi Diretora da Federação Mineira de Cinofilia. É editora do "Seu Buldogue Francês", o maior blog do mundo sobre buldogues franceses, e de todas as mídias sociais que levam esse nome. É palestrante e consultora sobre bem-estar e comportamento canino. Além disso tudo, é perdida e irremediavelmente apaixonada por frenchies.

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